Energia eólica: o que é e como funciona

Gerada por meio da força do vento, a energia eólica se destaca como uma energia limpa e renovável, ideal para os esforços de transição energética necessários para frear a emissão de gases poluentes e, além disso, para preservar recursos naturais em todo o mundo.

Aliadas aos benefícios ao meio ambiente, outras características também tornam a energia eólica uma opção vantajosa do ponto de vista econômico e energético. Justamente por isso, o uso dessa fonte de energia vem crescendo tanto no Brasil quanto em nível global.

Para você saber mais sobre essa fonte de energia com tanto potencial, neste texto vamos explicar o que é energia eólica, quais são as vantagens e desvantagens desse recurso e qual é o cenário do uso e geração dessa energia em território brasileiro. Confira!

Antes de nos aprofundarmos no que é energia eólica e como ela funciona, é importante dizer que o uso do vento para geração de energia não é algo novo. Basta pensarmos nos barcos a vela ou até nos moinhos que, movidos pelo vento, geram força mecânica há séculos.

No caso da energia eólica, o vento também gera energia mecânica — ou energia cinética, como pode ser chamada, uma vez que é gerada pelo movimento do ar. A diferença é que, após esse processo, a energia é transformada em eletricidade e usada para abastecer casas, empresas e outros locais.

Tudo isso ocorre a partir dos aerogeradores, também chamados de turbinas eólicas, que são aquelas grandes torres com pás gigantes geralmente vistas em terrenos isolados, em planícies ou mesmo no alto de colinas.

Abaixo, confira quais são e como funcionam seus principais componentes:

• • pás: como em um moinho, as grandes pás se movem e captam a energia do vento, gerando a energia cinética;
  • rotor: posicionado no alto e à frente, ele é conectado ao eixo, sustenta as pás e transmite a rotação delas para o gerador;
  • nacele: é o compartimento que fica no alto da torre, na parte traseira, e que abriga diversos componentes, entre eles, o gerador que transforma a energia cinética em elétrica;
  • mastro: também chamado de torre, é a estrutura alta que sustenta todas as peças e onde ficam os dutos que encaminham a energia para os transformadores;
  • transformadores: elevam a tensão da energia elétrica para evitar perdas e são conectados às linhas de transmissão por onde a eletricidade é encaminhada às subestações.

A maioria desses componentes chega ao local de instalação separadamente. É só no parque eólico que os aerogeradores são montados por completo e ganham a estrutura e aparência pela qual vêm sendo cada vez mais conhecidos.

Para que os aerogeradores possam produzir energia elétrica suficiente para a demanda de cada local, eles são instalados em conjunto, nos chamados parques eólicos. Neles, as turbinas são ligadas umas às outras por cabos subterrâneos e a energia é transportada para uma cabine de transmissão.

Os parques eólicos podem ser de dois tipos: onshore, que são os instalados em terra e que são os mais comuns, e offshore, que são os parques que ficam em corpos d’água, principalmente nos oceanos, e ainda são menos utilizados. Para os dois casos, o principal requisito para a instalação é a disponibilidade de vento.

Ao avaliar um terreno para a instalação de um parque como esse, um dos primeiros passos é verificar a qualidade do vento por, pelo menos, um ano. Nesse período, é possível entender fatores como a velocidade e a regularidade do vento, quesitos fundamentais para a geração de energia eólica.

Estudos sobre o solo, a vegetação e até mesmo a estrutura para fazer a transmissão da energia, além de outros fatores, também são realizados antes da instalação. O intuito é garantir que o terreno seja apto para gerar energia e, além disso, que o faça com eficiência e baixo impacto ambiental e à população.

Justamente por isso, as usinas eólicas, como também são conhecidos esses parques, costumam ser instaladas em terrenos mais isolados. Mas vale destacar que elas podem dividir espaço com outras atividades, a exemplo da pecuária, ou mesmo com outro tipo de geração de energia, como a solar.

O Brasil se destaca com grande potencial eólico por características como a sua localização geográfica e o clima, que oferecem abundância de vento, principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país. E o setor vem crescendo ano a ano: segundo o BEN (Balanço Energético Nacional), o aumento de capacidade instalada atingiu 14,3% entre 2021 e 2022.

O mesmo levantamento, publicado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), mostra que a energia eólica representou 2,3% do total da oferta interna de energia em 2022. E quando o assunto é apenas a energia elétrica, o índice é ainda mais significativo, correspondendo a 11,8% da matriz elétrica brasileira.

De acordo com o Global Wind Energy Council, com esse crescimento, o Brasil se tornou o sexto país no ranking de capacidade instalada onshore em 2022 e o terceiro em nova capacidade instalada no período, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, países com a maior geração de energia eólica no mundo. 

Atualmente, a maioria dos parques eólicos está instalada na região Nordeste, com destaque para Bahia, Piauí, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte, que apresentam a maior capacidade. Já o período entre julho e outubro é o que apresenta o maior fator de capacidade durante o ano no país, segundo dados do Boletim Anual da ABEEólica.

Como qualquer outra fonte de energia, a eólica apresenta vantagens e desvantagens. Por isso, é importante conhecer seus benefícios e todo o seu potencial, mas também os aspectos que demandam avanços para torná-la uma fonte de energia ainda melhor.

Entre as principais desvantagens da energia eólica, podemos destacar:

• ruídos: o movimento das pás causa um ruído alto, que caracteriza poluição sonora e pode gerar transtornos para a população que vive perto de um parque eólico;
• poluição visual: as grandes torres instaladas nas usinas eólicas chamam atenção e impactam na paisagem, o que muitos consideram poluição visual;
• impactos na fauna: a colisão de pássaros e morcegos com os aerogeradores pode causar a mortalidade desses animais e impactar na sua migração;
• instabilidade do vento: ainda que instalados em locais com abundância de vento, existem variações ao longo do ano, o que influencia na capacidade de geração de energia.

Já entre as principais vantagens da energia eólica estão:

• • energia limpa: a geração da energia eólica não emite gases do efeito estufa, representando uma energia limpa e que contribui para minimizar danos ao meio ambiente;
  • energia renovável: como o vento é um recurso que não se esgota na natureza, essa energia é também renovável, ideal para a transição energética;
  • combinação com outras atividades: é possível aproveitar o terreno dos parques eólicos em outros segmentos, como a pecuária e a agricultura, ou mesmo geração de energia solar;
  • geração de empregos: segundo a ABEEólica, de 2011 a 2020, 196 mil postos de trabalho foram criados com a construção de parques eólicos;
  • impactos socioeconômicos: além da geração de emprego, o aumento do PIB e do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) são benefícios para as regiões nas quais as usinas são instaladas;
  • potencial de crescimento: com abundância de vento e possibilidades como o mercado livre, a geração de energia elétrica no Brasil tem potencial para crescer ainda mais.

Vantagens não faltam para que a energia eólica ganhe cada vez mais espaço na matriz energética do Brasil e do mundo. Afinal, trata-se de uma fonte de energia limpa e renovável, o que é essencial para o presente e o futuro do planeta, além de garantir bons impactos socioeconômicos.

E além da energia eólica, há outras fontes de energia renovável também muito vantajosas em relação à sustentabilidade e à economia, como a energia solar, que vem crescendo ano a ano. Saiba mais sobre o assunto e descubra como a EDP pode ajudar você a garantir esses benefícios para a sua empresa no portal de notícias da EDP e em nosso canal no YouTube!