A energia solar é uma fonte limpa, renovável e sustentável que vem ganhando cada vez mais destaque no cenário de energias alternativas. Baseada no uso de um recurso abundante e inesgotável, o sol, essa forma de obter calor e eletricidade constitui uma das apostas mais promissoras para o futuro energético mundial, especialmente considerando que os custos da sua geração e distribuição tendem a diminuir à medida que as tecnologias avançam.
Em um cenário tão favorável para sua expansão, compreender a origem da energia solar e sua trajetória no Brasil pode ser crucial para determinar os próximos anos — uma vez que o caminho percorrido até hoje pode nos trazer lições valiosas para otimizar o presente e o futuro.
Pensando nisso, criamos um conteúdo completo sobre a história da energia solar, incluindo o momento de sua descoberta e os principais marcos que a tornaram, hoje, uma das fontes mais utilizadas no Brasil. Continue a leitura!
A energia solar é uma fonte energética alternativa que usa a luz e o calor do sol para gerar eletricidade ou abastecer sistemas de aquecimento. A energia gerada pode ser aplicada para suprir as mais diversas demandas, incluindo a ativação de aparelhos eletroeletrônicos e sistemas de iluminação e ventilação, enquanto a energia térmica é mais comumente aproveitada para elevar a temperatura de líquidos em cozinhas e indústrias.
A vertente da energia solar que utiliza a luminosidade desse astro para produzir eletricidade é chamada de energia solar fotovoltaica. Nesse caso, são instalados grandes painéis em superfícies ao ar livre, como campos, telhados ou estruturas flutuantes, para captar a luz que chega na Terra.
Quando os painéis recebem a luz do sol, pequenas partículas em seu interior começam a se mover rapidamente e criam energia cinética, então encaminhada para inversores, turbinas e geradores que, por sua vez, a transformam em eletricidade e, por fim, direcionam o resultado do processo para as redes de distribuição.
A trajetória da energia fotovoltaica começa no século 19 e nos revela a origem da energia solar que usamos hoje. Saiba mais a seguir.
A história da energia solar começou a engatinhar em 1839, quando o físico francês Alexandre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico — o principal fator envolvido na geração de eletricidade solar até hoje.
Esse fenômeno diz respeito à capacidade de alguns materiais de produzir eletricidade quando são atingidos pela radiação do sol — princípio fundamental por trás da energia solar.
Em 1883, o cientista americano Charles Fritts criou a primeira célula solar usando selênio coberto com ouro. Essa inovação permitiu gerar uma pequena quantidade de eletricidade convertendo apenas 1% da luz solar em energia.
Quatro anos depois, pesquisas permitiram entender melhor o tema, o que contribuiu significativamente para o desenvolvimento das células solares modernas.
Albert Einstein também colaborou para a teoria do efeito fotovoltaico, aprimorando nosso entendimento de como a luz pode ser transformada em eletricidade. Suas descobertas e contribuições foram cruciais para impulsionar e aumentar o reconhecimento da tecnologia solar no meio científico.
A era moderna da energia solar teve início entre os anos 1950 e 1960, quando o silício começou a ser usado no lugar do selênio nas placas solares. Isso permitiu que a eficiência de conversão saltasse de 1% para cerca de 6%.
Em 1958, um gerador com apenas 1 watt de potência foi usado no espaço para alimentar um rádio transmissor em um satélite. Foi nessa mesma época que as primeiras instalações solares começaram a ser construídas, marcando o início da aplicação prática da energia solar como fonte de eletricidade.
Em 1973, um marco importante ocorreu com a construção da primeira casa alimentada por energia solar.
Esse projeto pioneiro ganhou atenção global, especialmente em um contexto de preocupações com a escassez de petróleo, e destacou a energia solar como uma solução viável para suprir as demandas no cenário de crise.
Em 1981, Paul MacCready inventou e pilotou o primeiro avião alimentado por energia solar, abrindo caminho para a possibilidade de se criar meios de transporte alimentados por essa tecnologia.
Nos anos 1990, avanços significativos impulsionaram o desenvolvimento da geração de energia solar, que atingiu uma eficiência de mais de 30% na conversão da luz solar em energia.
Já em 1999, a capacidade total de instalação de energia fotovoltaica em todo o mundo atingiu a marca de 1.000 megawatts (MW).
Esses acontecimentos não apenas tornaram a energia solar uma fonte mais eficiente, mas também demonstraram sua viabilidade em larga escala.
O crescimento da energia solar continuou sua trajetória ascendente nos anos 2000. Na segunda metade da década, em 2006, foram lançadas células solares com uma eficiência de 40% — o maior número atingido até então.
Sistemas solares foram amplamente integrados à rede de energia em muitos países com o objetivo de complementar ou até substituir parcialmente a geração convencional de eletricidade.
A história da energia solar no Brasil só começou, oficialmente, na segunda década do século 21, quase 200 anos após as primeiras pesquisas sobre o tema. Desde então, os avanços na área são notáveis, como veremos a seguir.
A primeira usina solar brasileira foi instalada no ano de 2011 em um município sertanejo do Ceará. Além de ser pioneira a nível nacional, também se consagrou como a primeira usina solar da América Latina.
Apenas um ano depois, em 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) lançou uma resolução que incentivava a geração de eletricidade por meio da energia solar.
Uma das principais características dessa norma foi a introdução do sistema de compensação, em que o excesso de eletricidade gerado pelos consumidores podia ser injetado na rede elétrica e compensado na conta de luz.
Isso incentivou muitas pessoas a se tornarem autoconsumidores de energia sustentável e renovável, reduzindo os valores das contas de eletricidade e contribuindo para a sustentabilidade energética do país.
Em 2014, pela primeira vez, ocorreu uma contratação de energia solar de geração pública. De modo geral, isso significa que o governo contratou oficialmente uma usina de energia solar para gerar eletricidade em grande quantidade e abastecer locais públicos, casas e empresas conectados à rede elétrica brasileira.
A energia solar chegou a 2020 com grande potencial de aplicação e crescimento. Segundo informações disponíveis no site do Governo Federal, em março de 2023, o Brasil se tornou o oitavo maior país em capacidade instalada para geração de energia solar no mundo.
Além da alta incidência de radiação e do clima tropical, esse marco se deve às medidas de incentivo que vêm sendo implementadas no país, visando impulsionar a transição da matriz energética brasileira para um modelo mais sustentável.
Os investimentos realizados nessa área no Brasil permitiram que o país, em 2021 conquistasse o quarto lugar no ranking de nações que mais instalaram energia solar no ano, além da décima terceira colocação em capacidade total acumulada (dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR).
Ainda que estejamos presenciando um cenário onde a energia fotovoltaica solar é a segunda principal fonte energética no Brasil, ultrapassando as usinas eólicas e ficando cada vez mais próxima das hidrelétricas, a previsão é que essa expansão seja ainda maior nos próximos anos.
Até 2025, a EDP, presente há mais de 20 anos no mercado energético nacional, pretende investir quase 6 bilhões de reais em energia solar, mostrando que ainda há muito o que explorar nessa geração elétrica ambientalmente amigável.
O crescimento também tem se mostrado constante e presente ao redor do mundo. Ainda em 2022, a energia solar se tornou a segunda mais utilizada no planeta, com capacidade total de um terawatt (TW) — o equivalente a um trilhão de watts!
O contexto, o histórico e a grande rentabilidade da energia solar deixam claro que essa é uma alternativa segura e eficaz para transformar a forma como produzimos e consumimos energia elétrica, abrindo margem para um futuro onde o meio ambiente, a segurança energética e a economia na conta de luz andam sempre de mãos dadas.
Desde os anos 1950, a energia solar vem conquistando sua posição como alternativa para as fontes energéticas tradicionais. Com base em recursos naturais renováveis e inesgotáveis — que não dependem de combustíveis fósseis e não acabam —, essa opção se mostra vantajosa considerando sua alta disponibilidade e durabilidade, fácil acesso, baixa manutenção e baixo impacto ambiental.
Além disso, com tecnologias cada vez mais modernas e eficazes para a captação, armazenamento e distribuição da eletricidade gerada, o preço da energia solar deve se tornar ainda mais acessível nos próximos anos, contribuindo para um futuro no qual a independência energética de casas e empresas acompanha o conceito de consumo elétrico.
Esclarecemos suas dúvidas sobre a origem da energia solar? Aproveite e saiba mais sobre o que é e como funciona uma usina solar!
Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
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