Desde que os 4 R’s da sustentabilidade apareceram, a relação das pessoas com o consumo mudou drasticamente. Agora, os 3Ds da energia chegaram para ter o mesmo efeito na forma como as empresas e as pessoas enxergam o uso de eletricidade.
O aumento da preocupação com as mudanças climáticas vem reforçando a necessidade de definir prioridades e caminhos para que uma realidade mais condizente com os pilares da sustentabilidade seja criada, principalmente no que diz respeito ao setor industrial e mercadológico. Os 3Ds da energia foram criados justamente para isso.
Para as empresas que visam uma atuação mais verde, a fluência nesse tema está prestes a se tornar uma obrigação. Em tempos em que 95% dos brasileiros preferem marcas sustentáveis, a alienação e a falta de compromisso com essa causa já não são mais toleráveis. Pensando nisso, esse artigo foi desenvolvido para resumir e explicar os 3Ds da energia.
Há alguns anos, o descarte inadequado do plástico era visto como algo comum em muitas empresas, bem como o gasto irresponsável de água e o desmatamento. Aos poucos, o pensamento foi mudando e o que antes era rotineiro, passou a ser impensável.
No segmento de energia, está acontecendo algo similar. O fenômeno de transformação no pensamento e nos valores de empresas comprometidas com a pauta sustentável foi denominado de transição energética, já que envolve uma mudança no comportamento e nas preferências de fontes de captação de eletricidade.
Mas para que isso seja possível, é necessário que as empresas entrem em consenso sobre as prioridades e iniciativas mais condizentes com a jornada rumo à energia limpa. Foi com esse pensamento que os 3Ds da energia foram desenvolvidos.
Apesar de não existir uma origem oficial para os 3Ds da energia, eles são reconhecidos como uma estrutura sólida, servindo como guia para a democratização da energia. A grande verdade é que talvez você já aplique alguns dos Ds da energia sem nem ao menos saber disso. Afinal, eles estão presentes em grande parte dos debates de modernização de diversos setores.
Estamos falando, é claro, da descarbonização, da descentralização e da digitalização, os grandes protagonistas da transição energética e as bases que podem transformar a meta do mercado energético sustentável em realidade. A seguir, falaremos um pouco mais sobre cada um desses pontos e como eles podem ser alcançados.
Nos últimos anos, o termo “pegada de carbono” tem sido o foco de encontros entre governantes, reuniões de grandes multinacionais e discursos acerca do futuro. Não é para menos: todos os dias, gases poluentes são liberados de maneira irresponsável e alcançam a camada de ozônio, que passa a ter seu desempenho afetado pela ação desses componentes.
O resultado disso inclui chuvas torrenciais, calores extremos, derretimento das calotas polares e desastres naturais. Pouco a pouco, os seres humanos, a fauna e a flora começam a ter sua sobrevivência prejudicada devido ao excesso de poluição.
A produção de energia a partir de combustíveis fósseis é uma das grandes vilãs da camada de ozônio, dado que todo o seu processo de produção envolve a liberação de gases poluentes na atmosfera. Por isso, nada mais justo do que ter a descarbonização como o primeiro dos 3Ds da energia. Quando fontes limpas de energia (como a solar e a eólica) são usadas, a emissão de gás carbônico é reduzida ou até mesmo eliminada. Em larga escala, isso pode representar uma gigantesca contribuição para a interrupção das mudanças climáticas.
Na prática, a melhor opção para alcançar essa meta é a adoção de fontes limpas de energia. Também é importante pensar em uma revisão dos processos industriais, aprimorando etapas para que a poluição seja evitada ou até menos compensada através do investimento em créditos de carbono.
Atualmente, os esforços pela descarbonização estão tão intensos que foi criado um sistema para permitir que empresas que não conseguem atingir níveis aceitáveis de emissão possam fazer a devida compensação ao meio ambiente. Isso acontece através do investimento em companhias que participam ativamente dessa causa e conseguem trazer soluções para a transição energética.
A segunda parte dos 3Ds da energia se refere à descentralização da produção e distribuição desse recurso. Pode parecer contraditório pensar em como a divisão pode promover estabilidade para as redes elétricas, mas basta refletir por alguns segundos para entender como essa ideia faz sentido.
Uma vez que a energia não está concentrada em uma grande usina, mas sim em pequenas unidades ou até mesmo em sistemas individuais, fica muito mais fácil diversificar as fontes e evitar danos provenientes da concentração da geração em um único local. Outra ótima consequência dessa estratégia é o aumento dos empregos e o fortalecimento econômico de regiões contempladas por centros de distribuição.
A Geração Distribuída vem sendo apontada como uma ótima solução para essa questão, dado que ela envolve a produção de energia em locais mais próximos dos consumidores. Até mesmo os painéis solares em telhados de indústrias, comércios e casas podem ser pequenas distribuidoras de energia limpa, beneficiando os proprietários e a comunidade.
Além disso, isso reduz complicações em casos de queda de energia ou problemas técnicos. Se uma usina muito grande para de funcionar, muitas pessoas são afetadas. Mas se uma micro-rede enfrenta dificuldades, os riscos serão reduzidos e menos indivíduos serão impactados.
Seria impossível definir os 3Ds da energia sem citar a digitalização, que vem cumprindo um papel enorme na evolução da energia solar no Brasil e aumentando as oportunidades de uma distribuição mais sustentável, eficiente e acessível para todo o país.
Muito além de distribuir faturas online, a digitalização da energia vem causando uma verdadeira revolução na forma como as pessoas consomem eletricidade. Algumas tecnologias sustentáveis têm sido grandes aliadas nessa jornada.
Os medidores inteligentes representam a nova geração de sistemas de medição de consumo energético. Ao invés de apenas informar um número, eles também fornecem dados detalhados acerca dos hábitos de uso de uma família.
Você pode, por exemplo, reduzir sua fatura com uma funcionalidade que avisa toda vez que um limite pré-determinado de energia for consumida em um estabelecimento. Também há recursos para identificar gastos incondizentes e possíveis problemas na estrutura elétrica.
O armazenamento de energia digital também vem se destacando por trabalhar muito bem com as fontes renováveis de captação, assim como a análise de dados de inteligência artificial, a Internet das Coisas aplicada à energia, os sensores e as redes elétricas inteligentes.
No entanto, vale reforçar que, para que mais pessoas consigam usufruir desse recurso, toda a cadeia mercadológica precisa colaborar, assim como os governos. Com inteligência e sensibilidade, é possível aproximar regiões afastadas do que existe de mais sofisticado em tecnologia e inovação.
As iniciativas empreendedoras e inovadoras do Brasil vêm ganhando relevância no cenário mundial. Ainda assim, o país ainda tem um longo caminho até que os 3Ds da energia sejam implementados em uma parte significativa das empresas e dos lares.
Estudos recentes indicaram que pelo menos 1,7 milhão de brasileiros vivem sem energia elétrica. Esse número é preocupante, principalmente quando são levados em consideração fatores decisivos como as mudanças climáticas e o aumento na demanda elétrica: questões que podem, a longo prazo, prejudicar ainda mais indivíduos.
Mas existem caminhos alternativos para enfrentar a crise energética no Brasil. Fontes de energia limpas, como a solar e a eólica, tendem a ter um excelente resultado na região, aumentando a produção sustentável e beneficiando o fornecimento de redes mais estáveis e econômicas.
Para que isso aconteça, os 3Ds da energia precisam ser respeitados. É importante trabalhar na conscientização da população e na divulgação da causa da transição energética. Vale ressaltar que os líderes e gestores de empresas contam com um papel crucial nessa jornada, uma vez que podem começar a mudar o mercado de dentro para fora.
Participar de eventos, conversar com possíveis parceiros e mergulhar nesse tema é o que diferencia os profissionais alinhados aos 3Ds da energia dos que vão se tornar ultrapassados.
Mas, como introduzir o pensamento dos 3Ds da energia nas empresas? Tudo começa com a implementação de estratégias conscientes, responsáveis e sustentáveis, assim como a adoção de fontes renováveis de energia.
Além de gerar uma economia impressionante nas faturas de luz de instituições de variados portes, essa iniciativa também valoriza seus produtos e aumenta a sua cartela de mercadorias alinhadas a um futuro mais verde.
A pesquisa é outro passo importante para alcançar essa meta. A EDP é uma referência na introdução dos 3Ds da energia no mercado brasileiro e conta com materiais exclusivos e desenvolvidos para quem quer tomar decisões inteligentes. Vale a pena conferir o conteúdo sobre negócios sustentáveis. Boa leitura!
Há mais de 10 anos, Keith vem atuando na transformação digital em várias empresas e negócios. Antes de atuar na área de Produtos, CX e Analytics, atuou em diversos setores e áreas, trazendo a transformação digital para a rotina das pessoas. Formado em Administração pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), ele responde pela orquestração dos canais digitais, desenvolvimento de novos produtos, pela área CX, por ideação, desenvolvimento de soluções de negócios e Analytics. Keith Shimada produz artigos sobre Tecnologia e Inovação.
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