A eletricidade é um dos maiores custos no orçamento de empresas de todos os portes e segmentos. Afinal, o consumo de energia é necessário em diferentes atividades, das tarefas administrativas às operações com maquinário. Justamente por isso, entendê-lo é fundamental.
Ao avaliar o consumo de energia na empresa, é possível ajustar práticas, equipamentos e processos a fim de contribuir para a redução desse custo. Aliás, esse não é o único benefício dessa prática, que também garante mais sustentabilidade, previsibilidade no orçamento e competitividade para os empreendimentos.
Para você entender mais sobre o impacto da eletricidade no seu negócio, neste artigo, vamos falar sobre a importância de compreender o consumo, abordar quais fatores formam o preço da conta de luz, explicar como calcular consumo de energia e mostrar dicas de economia. Confira!
Há diversos bons motivos para entender o consumo de energia na sua empresa, mas um dado divulgado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) é capaz de sintetizar a importância dessa prática: segundo a instituição, a conta de luz pode representar mais de 40% dos custos de produção em uma indústria.
Embora o dado tenha relação com o setor industrial, empresas de outros segmentos também sentem o impacto da eletricidade no orçamento. Mas o problema é que muitas delas não analisam o consumo de forma aprofundada e, por vezes, acabam pagando a conta de luz no “automático”, sem perceber as oportunidades de economizar.
Aliás, a economia é um dos principais benefícios de entender o consumo energético. Afinal, ao saber quanto e onde a sua empresa consome energia, pode-se avaliar em quais processos é possível que os custos sejam reduzidos, mantendo a mesma qualidade e produtividade. E se os custos com energia são significativos, a economia também pode ser.
Além disso, entender o consumo de energia ajuda a proporcionar mais previsibilidade no orçamento da empresa. Nesse sentido, outro conhecimento importante é sobre os fatores que compõem a conta de luz e como o seu empreendimento está enquadrado em relação aos grupos e modalidades tarifárias.
No Brasil, conforme regulamentação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), os chamados grupos tarifários são classificados em dois tipos: o grupo A e o grupo B, que também apresentam subgrupos e diferentes modalidades tarifárias.
No grupo A, está grande parte das empresas do setor industrial, pois essa modalidade é formada por unidades consumidoras de média e alta tensão.
Ele apresenta dois tipos de tarifa: a azul é para consumidores de alta tensão, que pagam valor variável conforme o posto tarifário (horário de ponta e fora de ponta) tanto para o consumo quanto para a demanda.
Já a verde é destinada a consumidores de média tensão e sistemas subterrâneos. Nesse caso, a empresa paga uma tarifa única de demanda (horário de ponta ou fora de ponta), mas com valor de consumo variável conforme o posto tarifário.
No grupo B, estão consumidores de baixa tensão, como residências ou mesmo comércios e indústrias de pequeno porte.
Para esse grupo, também há dois tipos de cobrança: a tarifa monômia, que é uma tarifa única de consumo e que independe de posto tarifário, e a tarifa branca, cujo valor do consumo varia conforme o posto tarifário.
Quais são os fatores que incidem no preço da conta de luz?
Entender quais são os fatores que formam a conta de luz é fundamental para buscar estratégias para reduzir os custos. Afinal, não é apenas o consumo que forma a tarifa, mas também outros aspectos importantes. Confira mais informações sobre eles abaixo!
Um dos fatores que incidem na conta de luz das empresas é a chamada demanda de potência ativa ou demanda contratada. Na prática, ao contratar o serviço com uma distribuidora de energia, sua empresa informa a ela qual é a demanda de energia que vai usar, isto é, a potência máxima que será exigida em determinado período.
A informação serve para que a distribuidora possa entregar a infraestrutura necessária para atender o local com eficiência. A depender da modalidade tarifária, a tarifa de demanda pode ser única (horário de ponta ou fora de ponta) ou variar conforme os postos tarifários.
Vale destacar que, caso a empresa exceda a demanda contratada, deve pagar multa à distribuidora, o que pode encarecer significativamente a conta de luz — o que é mais uma mostra da importância de entender o consumo de energia.
A tarifa propriamente dita diz respeito ao serviço de geração e distribuição de energia. A cobrança varia conforme o grupo (A, B e subgrupos) e a modalidade tarifária (horário verde ou azul, tarifa monômia ou branca) e é composta por dois tipos de tarifa.
A chamada TE (Tarifa de Energia) trata da compra de energia elétrica, ou seja, é o que você paga pelo que consumiu. Já a TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) se refere aos custos pelo uso do sistema de distribuição, abrangendo transporte, perdas e encargos.
Ao usar a energia gerada por hidrelétricas, períodos de seca podem influenciar o preço da conta de luz. Isso porque ocorre o acionamento das termelétricas e das bandeiras tarifárias, que encarecem o preço da energia até que o cenário se estabilize. Esse aspecto também pode impactar na previsibilidade dos custos e, é claro, tornar a conta mais cara.
O consumo trata do que, de fato, foi utilizado de energia pela empresa. A questão é que, a depender do grupo e da modalidade tarifária, o valor pode variar conforme o posto tarifário, ou seja, de acordo com o horário em que a energia é utilizada.
O chamado horário de ponta, por exemplo, trata de um período de três horas ao fim do dia em que há pico no consumo de energia no país e o valor da eletricidade se torna mais caro. Já no horário fora de ponta, o valor volta a ser o convencional.
Esse entendimento é relevante para que sua empresa possa ajustar as atividades buscando reduzir as operações no horário de ponta, que é mais caro. Ou, ainda, para que você possa optar por uma mudança na modalidade tarifária ou mesmo por outra opção de fonte de energia.
Além dos aspectos relacionados ao consumo de energia, a conta de luz também engloba alguns impostos. PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento do Seguro Social), por exemplo, são tributos federais, com recursos destinados à previdência e à seguridade social.
Já o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um imposto estadual, cuja alíquota varia conforme o estado. Há ainda a CIP (Contribuição para Iluminação Pública), que é destinada ao município para custear o serviço de iluminação em ruas e equipamentos públicos.
Conhecendo todos os aspectos que incidem sobre a conta de luz, fica mais fácil calcular o consumo de energia. Para entender o custo da demanda, por exemplo, é preciso multiplicar a quantidade de kW contratada pela empresa pelo valor cobrado conforme o posto tarifário — lembrando que pode haver multas caso o consumo seja maior que a demanda contratada.
Já o consumo propriamente dito é resultado da soma da TE e da TUSD, considerando também o posto tarifário vigente, se consumo na ponta ou fora da ponta. Nesse caso, multiplica-se o consumo em kWh pela soma das duas tarifas.
O cálculo dos impostos, por sua vez, deve considerar as alíquotas em cada localidade, pois ICMS e CIP podem variar em cada estado e município. Já PIS e COFINS têm alíquotas que variam mensalmente, conforme cálculo feito pelas distribuidoras.
Há várias práticas que permitem economizar energia na empresa. Uma delas é se ater aos próprios fatores que compõem a conta de luz: pode-se, por exemplo, rever a demanda contratada para evitar multas, avaliar uma modalidade tarifária mais vantajosa para a rotina de consumo e até mesmo pedir a revisão dos impostos, caso haja indicativo de erro.
Além disso, práticas de consumo consciente também contribuem para a economia, como escolher equipamentos com maior eficiência energética, instalar sensores de presença a fim de combater o desperdício de energia elétrica e investir em uma iluminação que permita aproveitar a luz natural. Aliás, conscientizar todos os colaboradores sobre esses hábitos também é essencial.
Outra medida que pode garantir redução no consumo de energia elétrica é investir em fontes renováveis, como a energia solar. Segundo o Balanço Energético Nacional 2023, a energia solar já representa 4,4% da matriz elétrica brasileira e vem crescendo ano a ano: de 2021 para 2022, a geração desse tipo de energia aumentou 79,8%.
Entre os benefícios da energia solar estão a previsibilidade no cálculo de consumo de energia, já que ela não é suscetível às bandeiras tarifárias, além da economia, que pode chegar a até 20% na conta de luz. O resultado é a sua empresa produzindo com a mesma qualidade, mas com menos custo.
Além disso, o uso da energia solar também contribui para a sustentabilidade, já que essa é uma fonte de energia renovável e limpa, pois não emite gases do efeito estufa. Assim, sua empresa não apenas contribui para frear o aquecimento global e preservar recursos naturais, mas também conta com um ganho de imagem no mercado.
E o melhor é que você nem mesmo precisa ter espaço ou recursos para instalar uma usina fotovoltaica. Há diversas soluções que permitem usar a energia solar de forma remota por meio do mercado livre: a EDP, por exemplo, permite uma contratação rápida e facilitada, atendendo às características específicas do seu negócio.
A eletricidade representa um custo significativo para as empresas e, por isso, é necessário que cada negócio entenda o seu perfil de consumo. Afinal, apenas com base nisso é possível implementar melhorias a fim de reduzir a conta de luz e tornar o seu negócio ainda mais competitivo e sustentável.
Se você também quer um consumo de energia mais eficiente, sustentável e econômico na sua empresa, conte com a EDP. As nossas soluções em energia solar oferecem esses e muitos outros benefícios para que o seu empreendimento se destaque no mercado!
Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
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