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A geoengenharia solar é um conjunto de tecnologias que busca reduzir o aquecimento global ao refletir parte da radiação solar de volta ao espaço. Essa abordagem propõe intervenções controladas na atmosfera para minimizar os efeitos do calor excessivo sobre o planeta. Embora ainda esteja em fase de testes e debates científicos, já é considerada uma estratégia complementar no enfrentamento das mudanças climáticas.
Esse tema tem ganhado cada vez mais relevância por apresentar novas possibilidades em um cenário de urgência climática. Vamos explicar como a geoengenharia solar funciona, quais são seus impactos, principais desafios e como ela se relaciona com o setor elétrico nos próximos anos.
Geoengenharia solar é uma técnica que busca reduzir o aquecimento global ao refletir parte da radiação solar de volta ao espaço. Esse processo é feito por meio de intervenções tecnológicas na atmosfera, como a injeção de partículas reflexivas ou a criação de nuvens artificiais.
O objetivo é diminuir a quantidade de calor que chega à superfície da Terra, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e o equilíbrio climático do planeta.
A geoengenharia solar funciona por meio da aplicação de tecnologias que interferem na radiação solar que atinge a Terra, com o objetivo de reduzir as temperaturas globais. Uma das técnicas mais estudadas é a injeção de aerossol estratosférico (SAI), que libera partículas como o carbonato de cálcio a grandes altitudes para refletir a luz solar antes que ela chegue ao solo.
Segundo estudo publicado na Nature Magazine, essa técnica se baseia em eventos naturais, como a erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. A liberação de dióxido de enxofre formou uma camada de partículas na atmosfera que reduziu a temperatura global em cerca de 0,5 °C por 18 meses.
Existem outras formas de geoengenharia solar, sendo elas:
espelhos orbitais: seriam instalados no espaço com a função de desviar parte da radiação solar;
branqueamento de nuvens: técnica que aumenta o reflexo das nuvens ao torná-las mais densas, utilizando partículas de água salgada.
Essas tecnologias seguem em estudo e são vistas como medidas de apoio à transição energética, enquanto políticas efetivas de descarbonização continuam sendo o caminho prioritário.
A geoengenharia traz uma abordagem alternativa e inovadora para lidar com o aquecimento global e suas consequências. Abaixo, estão algumas das principais razões que explicam sua importância na redução das mudanças climáticas:
Ao refletir parte da radiação solar, a técnica ajuda a diminuir o aquecimento da Terra, ou seja, reduz o aumento das temperaturas em escala global, o que pode minimizar os efeitos do derretimento das calotas polares e evitar a elevação dos níveis do mar, protegendo áreas costeiras vulneráveis.
Pode proporcionar uma solução temporária enquanto medidas de longo prazo, como a redução de emissões e outras tecnologias sustentáveis são implementadas.
Governos frequentemente oferecem incentivos para empresas que adotam práticas sustentáveis, como isenções fiscais, subsídios e até mesmo descontos, o que contribui para reduzir os custos de implementação.
Ao controlar o aquecimento, pode auxiliar na preservação de regiões sensíveis, como os polos e os recifes de corais, alinhando o conceito aos pilares da sustentabilidade.
Pode atuar junto às iniciativas de redução do carbono para acelerar os resultados e contribuir para a sustentabilidade ambiental.
Contribui para a redução de eventos climáticos intensos, como ondas de calor e secas. Ao diminuir as temperaturas globais, a geoengenharia solar pode diminuir a frequência e a intensidade de fenômenos como ciclones, inundações e secas prolongadas.
Apesar de promissora, ela ainda é relativamente nova, e por isso, pode apresentar riscos que devem ser considerados com muita cautela. Vamos conferir quais são eles:
A manipulação do clima terrestre pode ter consequências ambientais inesperadas. A injeção de aerossóis na estratosfera, por exemplo, pode alterar padrões climáticos de maneiras difíceis de prever, resultando em desequilíbrios ecológicos.
A longo prazo, essa técnica também pode danificar a camada de ozônio, essencial para a proteção contra a radiação ultravioleta.
Além disso, o impacto no ciclo hidrológico pode causar secas severas em algumas regiões e precipitações extremas em outras, aumentando os riscos de desastres naturais.
A implementação da geoengenharia solar pode gerar tensões entre países, especialmente se for adotada unilateralmente. Nações que dependem de setores agrícolas ou econômicos sensíveis ao clima podem sofrer prejuízos, levando a conflitos diplomáticos.
Além disso, a falta de consenso internacional pode resultar em disputas sobre a governança global do clima, complicando as relações geopolíticas e levando a desigualdades no acesso e controle dessa tecnologia.
Uma preocupação é que a geoengenharia solar possa criar uma dependência tecnológica prolongada. Isso poderia desviar os esforços de soluções mais sustentáveis e duradouras, como a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Manter o equilíbrio climático por meio de intervenções artificiais pode se tornar uma "muleta", retardando a transição para práticas ecológicas e renováveis que atacam a raiz das mudanças climáticas.
A injeção de partículas na estratosfera pode ter efeitos colaterais na saúde humana. Embora a técnica vise a estratosfera, partículas aerossóis podem se espalhar e alcançar a troposfera, afetando a qualidade do ar.
Isso pode agravar problemas respiratórios e causar outros impactos na saúde, especialmente em regiões já vulneráveis a poluição atmosférica.
A geoengenharia solar é uma tecnologia dispendiosa, ou seja, que exige altos investimentos em pesquisa, implementação e manutenção.
O custo elevado pode limitar sua aplicação global, especialmente em países em desenvolvimento.
Além disso, esses gastos podem comprometer o financiamento de soluções climáticas mais acessíveis e sustentáveis, tornando-se um obstáculo à adoção de medidas mais inclusivas para combater as mudanças climáticas.
A geoengenharia solar já está sendo estudada em projetos experimentais que buscam entender seus efeitos antes de qualquer aplicação prática. Um exemplo importante é o SCoPEx (Stratospheric Controlled Perturbation Experiment), da Universidade de Harvard, que pretende medir como partículas aerosolizadas se comportam na estratosfera, informação essencial para aprimorar simulações de tecnologias de geoengenharia solar.
Embora esse experimento tenha sido suspenso em 2024, Harvard segue com estudos no programa SGRP, que envolve diferentes áreas, incluindo governança social e tecnológica, para fornecer subsídios científicos sobre a viabilidade da geoengenharia solar.
Outro esforço relevante vem de coalizões acadêmicas e científicas que defendem pesquisas responsáveis, mas também pedem regulamentação rígida ou moratórias para testes em larga escala. Um exemplo é a proposta de um “International Non‑Use Agreement on Solar Geoengineering”, apoiada por centenas de especialistas, para evitar a normalização prematura dessa tecnologia.
A geoengenharia solar é tema de debate intenso na comunidade científica. Organismos internacionais como a Comissão Europeia recomendam uma moratória na implantação de experimentos de grande escala, citando incertezas nos impactos e ressaltando a prioridade de cortar emissões como resposta principal às mudanças climáticas.
O relatório destaca também os riscos críticos desta abordagem, incluindo a possibilidade de interrupções nos padrões climáticos, impactos sobre a produção agrícola e desmoronamento de políticas de mitigação.
Além disso, vozes proeminentes, como os cientistas Michael Mann e Raymond Pierrehumbert, criticam a geoengenharia solar como uma "distração perigosa" dos esforços reais de contenção da mudança climática, comparando a solução (geoengenharia) a uma aspirina para tratar uma doença grave.
Este debate ressalta os impactos da geoengenharia solar, especialmente em termos éticos, políticos e de governança global, muitas vezes apontados como insuficientes ou inexistentes.
Atualmente, a geoengenharia solar continua num estágio essencialmente experimental. As tecnologias envolvem intervenções atmosféricas não testadas em escala segura e controlada.
Isso contrasta com fontes renováveis como a energia solar fotovoltaica, que já está consolidada, amplamente usada e com benefícios comprovados. Ao contrário da geoengenharia, a energia solar não requer aprovação ou consenso global para implementação, e pode ser adotada diretamente e com infraestrutura já existente.
Nesse contexto, modelos de transição energética mais tradicionais e eficazes, como a adoção de energia renovável e a migração para o Mercado Livre de Energia, oferecem ganhos reais e imediatos em termos de controle de custos, sustentabilidade e eficiência sem recorrer a medidas controversas ou de alto risco.
O debate sobre geoengenharia solar é essencial para empresas do setor energético e para quem acompanha inovação climática, pois aponta até onde vai o limite da intervenção tecnológica para enfrentar o aquecimento global.
Mesmo sendo uma alternativa remota no momento, entender seus riscos, regulamentações e impactos potenciais ajuda a reforçar a importância de soluções comprovadas e seguras.
Além disso, essa análise reforça a necessidade de priorizar políticas robustas de redução de emissões, eficiência e adoção de renováveis.
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Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
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