O hidrogênio verde é considerado uma das soluções mais promissoras para um futuro energético sustentável. Produzido por meio da eletrólise da água, essa tecnologia tem despertado o interesse global devido ao seu potencial de substituir combustíveis fósseis. Por isso, o desenvolvimento de hidrogênio verde, projetos e iniciativas ao redor do mundo é essencial para acelerar a transição para uma matriz energética mais limpa.
Diversos países e organizações têm investido em hidrogênio verde, apostando em sua capacidade de descarbonizar setores que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, como transporte e indústria pesada.
Neste artigo, vamos entender melhor o que é o hidrogênio verde e apresentar algumas das principais iniciativas em andamento, além de explorar o impacto dessa tecnologia na diminuição dos danos causados pelas mudanças climáticas.
O hidrogênio verde é um tipo de hidrogênio produzido sem emissões de carbono. Diferente do hidrogênio cinza, que é obtido a partir de combustíveis fósseis, o hidrogênio verde é gerado utilizando fontes de energia renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica.
O processo de produção ocorre por meio da eletrólise da água, que, ao ser alimentada por energia renovável, separa as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio sem gerar poluentes.
Essa fonte de energia renovável pode ser utilizada em diversas aplicações, como combustível para veículos movidos a célula de combustível, produção de eletricidade e uso na indústria pesada.
Por ser um combustível limpo e com grande potencial de expansão, o hidrogênio verde é visto como uma peça-chave na transição para um futuro sustentável, alinhado para redução de emissões globais.
O maior projeto de hidrogênio verde do mundo está sendo desenvolvido na Arábia Saudita, no complexo de NEOM. Essa iniciativa, liderada pela Air Products, visa construir uma usina que utilizará 4 gigawatts de energia solar e eólica para produzir hidrogênio verde.
Com um investimento de US$ 5 bilhões, o projeto pretende produzir 650 toneladas de hidrogênio verde por dia, o suficiente para abastecer cerca de 20 mil ônibus movidos a célula de combustível. A previsão de início das operações é até 2025, colocando a Arábia Saudita na vanguarda dessa revolução energética.
Além disso, a Cooperação Brasil-Alemanha, que já atua há décadas no desenvolvimento sustentável e na eficiência energética, intensificou seus esforços com o projeto H2Brasil, criado em 2021.
Esse projeto, desenvolvido pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), tem o intuito de expandir o hidrogênio verde no Brasil, promovendo o uso dessa tecnologia de maneira sustentável.
Desde 2021, o país anunciou investimentos em hidrogênio verde e projetos que somam cerca de US$ 70 bilhões, com 62 iniciativas já em andamento, reforçando o papel do Brasil no cenário mundial de transição energética.
O Brasil tem grande potencial para se tornar uma potência no setor de hidrogênio verde, com a abundância de fontes renováveis disponíveis e a crescente demanda por soluções alinhadas aos pilares da sustentabilidade.
Para produzir hidrogênio verde, é necessário, principalmente, água, eletricidade proveniente de fontes renováveis (como solar ou eólica) e um equipamento chamado eletrolisador. O eletrolisador é responsável por dividir as moléculas de água em oxigênio e hidrogênio por meio da eletrólise, um processo que utiliza corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de energia renovável disponível, mais eficiente será a produção de hidrogênio verde.
Outro fator importante para a produção é a infraestrutura, que deve estar preparada para receber, armazenar e distribuir o hidrogênio de maneira segura e eficiente. Isso requer a criação de sistemas de transporte e armazenamento adequados, além de garantir que a produção ocorra em locais com acesso a recursos hídricos e energéticos renováveis em abundância.
A produção de hidrogênio verde começa com a eletrólise da água. Nesse processo, a eletricidade gerada por fontes renováveis, como painéis solares ou turbinas eólicas, é utilizada para separar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio, sendo o elemento mais leve do universo, é então capturado e armazenado para uso posterior.
Esse método de produção é extremamente limpo, pois não gera emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a eletricidade utilizada no processo provém de fontes renováveis, o que significa que todo o ciclo de produção do hidrogênio verde é neutro em carbono, tornando-o uma das opções mais promissoras para a descarbonização de indústrias e setores energéticos ao redor do mundo.
As iniciativas de hidrogênio verde são fundamentais para a redução das emissões de carbono, especialmente em setores como transporte, energia e indústria, que são grandes emissores de gases de efeito estufa. Essas iniciativas contribuem para a diversificação da matriz energética, permitindo que o mundo dependa menos de combustíveis fósseis e adote uma abordagem mais limpa e sustentável.
As iniciativas de hidrogênio verde têm um impacto ambiental extremamente positivo, principalmente no que se refere à redução de emissões de gases de efeito estufa. Diferente dos combustíveis fósseis, cuja queima libera abundância de dióxido de carbono e outros poluentes, o hidrogênio verde não emite poluentes durante sua produção nem em seu uso final.
Isso significa que, à medida que essas iniciativas se expandem, a quantidade de CO₂ liberada na atmosfera pode ser significativamente reduzida, contribuindo diretamente para a mitigação do aquecimento global.
Além disso, o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde estimula a inovação tecnológica, a criação de empregos e o crescimento econômico. À medida que mais países e empresas investem nessa tecnologia, espera-se que os custos de produção sejam reduzidos, tornando o hidrogênio verde uma alternativa viável em escala global.
Outro aspecto importante é a capacidade de o hidrogênio verde ser utilizado como armazenamento de energia limpa. Ele pode ser produzido durante os períodos de alta geração de energia renovável, como dias ensolarados ou ventosos, e armazenado para ser usado em momentos de baixa produção.
Com o aumento dos investimentos em projetos de hidrogênio verde e o desenvolvimento de novas tecnologias, o futuro do hidrogênio verde é promissor. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como o alto custo inicial de instalação e a necessidade de expandir a infraestrutura para a produção, armazenamento e transporte do hidrogênio.
Por outro lado, o potencial de impacto positivo no meio ambiente e na economia global faz com que o hidrogênio verde seja uma aposta importante para o futuro. Governos e empresas ao redor do mundo estão começando a reconhecer a importância dessa tecnologia, e iniciativas como o H2Brasil e os investimentos em hidrogênio verde na Arábia Saudita demonstram o comprometimento em impulsionar essa alternativa sustentável.
À medida que a produção de hidrogênio verde se torna mais eficiente e acessível, sua capacidade de transformar o setor energético e reduzir as emissões globais de carbono é inegável. Para empresas e países que buscam alternativas para uma economia mais sustentável, essa tecnologia promete ser uma das soluções mais importantes nas próximas décadas.
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Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis.
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