SUSTENTABILIDADE
Data de publicação: 05/11/2024

Como as cidades, empresas e pessoas estão enfrentando os desafios do lixo urbano? Quais são as soluções sustentáveis que estão sendo implementadas para um futuro mais saudável? 

O gerenciamento do lixo urbano é um dos maiores desafios das cidades modernas. Com o crescimento populacional e a urbanização acelerada, a produção e o acúmulo de resíduos sólidos urbanos aumenta diariamente, tornando indispensável a busca por soluções sustentáveis.  

Neste artigo, falaremos mais sobre as principais dificuldades e as melhores práticas para lidar com os resíduos urbanos de forma eficiente e ambientalmente responsável. 

O que é lixo urbano?

Produzido diariamente nas áreas urbanas, casas, comércios e indústrias, “lixo” urbano é o nome popular que usamos para nos referir aos resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados diariamente pelas atividades humanas.  

Alguns exemplos comuns, incluem: 

  • embalagens de plástico;  

  • restos de alimentos; 

  • papel; 

  • metais; 

  • vidro. 

No Brasil, produz-se cerca de 80 milhões de toneladas de lixo urbano todos os anos. Desse total, mais de 6 milhões de toneladas não são coletadas e quase 30 milhões são despejadas em lixões e aterros sem controle ambiental. 

Como o resíduo urbano é classificado

Classe I

Os resíduos urbanos de Classe I são altamente perigosos. Incluem materiais como resíduos hospitalares, óleos, substâncias inflamáveis, materiais radioativos, lubrificantes e resíduos de tintas. Estes restos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos se não forem descartados corretamente. Por isso, devem ser incinerados ou enviados a aterros especializados, e não a lixões comuns. 

Classe II

Os resíduos da Classe II não são perigosos para o meio ambiente e a saúde humana, pois não são corrosivos, inflamáveis, tóxicos ou reativos. Embora ainda possam apresentar riscos se descartados inadequadamente, esses resíduos podem ser depositados em lixões e aterros comuns. Além disso, alguns desses materiais podem ser utilizados para gerar energia renovável. 

Classe II A e II B

Na Classe II, há duas subcategorias: 

  • classe II A: Inclui resíduos não inertes, que são biodegradáveis, combustíveis ou solúveis em água, como restos de alimentos, madeira, vidros, papéis, metais, espumas de isolamento e lama de tratamento de água; 

  • classe II B: Compreende resíduos inertes, não solúveis em água e que se decompõem lentamente, como sucata de ferro e entulhos de construção. 

Quatro tipos de lixo urbano:

  1. resíduos urbanos: provenientes de residências; 

  1. resíduos industriais: originários de fábricas e comércios; 

  1. resíduos hospitalares: gerados por instituições de saúde; 

  1. resíduos tecnológicos: referentes a equipamentos eletrônicos obsoletos. 

Impactos do lixo urbano

Considerados um dos principais desafios ecológicos, os resíduos urbanos podem contaminar solo e água, além de liberar gás metano, que intensifica o efeito estufa. A má gestão desses resíduos gera diversos problemas para o meio ambiente e para a saúde pública.  

Um dos principais problemas é a poluição do solo e da água. Quando os resíduos não são gerenciados corretamente, substâncias tóxicas e contaminantes podem se infiltrar no solo e alcançar os lençóis freáticos, afetando a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas. 

Além disso, os resíduos urbanos emitem gás metano durante a sua decomposição, principalmente em aterros sanitários. O metano é um gás de efeito estufa que contribui significativamente para o aquecimento global e as mudanças climáticas. A liberação desse gás aumenta a temperatura da atmosfera. 

Outro problema significativo é o impacto visual e estético das áreas urbanas afetadas pelo acúmulo de lixo. A presença de resíduos dispersos nas ruas e em áreas públicas prejudica a qualidade de vida dos moradores e cria ambientes insalubres. 

Portanto, a gestão adequada dos resíduos urbanos é essencial para minimizar esses impactos e promover um ambiente mais saudável e sustentável. Implementar práticas de gestão sustentável não só preserva o meio ambiente, mas também melhora a qualidade de vida nas áreas urbanas. 

Como solucionar os impactos causados pela produção de lixo urbano?

Para minimizar os impactos do lixo urbano, é fundamental adotar estratégias eficazes de gestão de resíduos. A primeira etapa é implementar um sistema eficiente de coleta e separação dos materiais recicláveis. Isso permite que papel, plástico, vidro e metais sejam encaminhados para reciclagem, reduzindo a quantidade de resíduos destinados a aterros e diminuindo a poluição. 

Além disso, promover a compostagem de resíduos orgânicos pode ajudar a reduzir significativamente o volume de lixo gerado. A compostagem transforma restos de alimentos e resíduos de jardinagem em adubo, que pode ser utilizado para enriquecer o solo. Essa prática não apenas diminui a quantidade residual, mas também contribui para a sustentabilidade dos espaços urbanos. 

É essencial promover a educação e a conscientização da população sobre a importância da redução de resíduos e do descarte correto. Campanhas de sensibilização podem orientar os cidadãos sobre como reduzir, reutilizar e reciclar seus resíduos de maneira mais eficiente. A colaboração entre indivíduos, empresas e autoridades é crucial para criar um ambiente urbano mais limpo e sustentável.  

Quais ações as empresas podem adotar?

As empresas desempenham um papel fundamental na gestão de resíduos e podem adotar várias ações para reduzir seu impacto ambiental: 

implementar programas de redução de resíduos: empresas devem buscar formas de reduzir a quantidade de resíduos gerados, revisando seus processos de produção e operações para minimizar desperdícios. Isso pode incluir a otimização de processos e a escolha de matérias-primas de forma mais eficiente; 

promover a reciclagem interna: estabelecer sistemas de coleta e separação de materiais recicláveis na empresa é essencial. Papéis, plásticos, vidros e metais devem ser separados e encaminhados para reciclagem. Além disso, as empresas podem trabalhar com fornecedores que utilizam materiais reciclados em seus produtos; 

adotar a economia circular: integrar princípios da economia circular nos negócios, como o design para desmontagem e a reutilização de produtos e materiais, ajuda a fechar o ciclo dos recursos; 

investir em tecnologias sustentáveis: podem adotar tecnologias que ajudam a reduzir a geração de resíduos, como processos de fabricação mais limpos e eficientes. Investir em soluções tecnológicas para tratamento e reciclagem de resíduos também é uma abordagem eficaz; 

incentivar a compostagem: para companhias que geram resíduos orgânicos, implementar programas de compostagem pode ser uma solução eficiente. Os resíduos de alimentos e outros materiais orgânicos podem ser transformados em adubo, reduzindo o volume de lixo e contribuindo para a sustentabilidade; 

educar e engajar funcionários: promover a conscientização entre os colaboradores sobre a importância da gestão de resíduos e fornecer treinamentos sobre práticas sustentáveis pode ajudar a garantir que todos na empresa estejam envolvidos na redução de resíduos; 

estabelecer parcerias e certificações: colaborar com empresas e organizações especializadas em gestão de resíduos e buscar certificações ambientais pode ajudar a garantir que a empresa esteja adotando as melhores práticas e cumprindo com as normas e regulamentos; 

Qual é o papel dos órgãos governamentais ao contribuir para essas soluções?

Os órgãos governamentais são responsáveis por criar regulamentações e diretrizes que incentivem a redução, reutilização e reciclagem de materiais, além de promover a educação ambiental e fornecer infraestrutura adequada para a coleta e tratamento de resíduos.  

Além disso, têm o papel de fiscalizar e garantir o cumprimento das normas, bem como de apoiar iniciativas e projetos que visem à inovação e à melhoria contínua na gestão de resíduos, garantindo um ambiente urbano mais sustentável. 

Como promover uma economia circular?

Promover a economia circular começa redesenhando produtos e processos para que eles possam ser reutilizados, recuperados ou reciclados. Empresas devem focar em criar peças duráveis e modulares, que possam ser facilmente desmontadas e recicladas ao final de sua vida útil.  

Outro aspecto necessário é a implementação de sistemas de coleta e retorno de produtos usados. Empresas podem incentivar a devolução de produtos ao final de sua vida útil, oferecendo programas de recompensas ou facilitando o retorno para a reciclagem. Essa abordagem ajuda a manter os materiais em circulação e reduz a necessidade de novas matérias-primas. 

Desse modo, a conscientização é fundamental. Informar consumidores e parceiros sobre os benefícios da economia circular e como adotar práticas sustentáveis pode acelerar a transição para esse modelo. Workshops, campanhas e treinamentos são ferramentas eficazes para engajar todas as partes envolvidas e promover mudanças positivas. 

Portanto, a colaboração entre diferentes setores é essencial para promover a economia circular de forma eficaz. Empresas, governos e organizações não governamentais devem trabalhar juntos para desenvolver e implementar soluções inovadoras e sustentáveis.

Resíduo Zero: o que você sabe sobre?

O conceito de Resíduo Zero visa eliminar a produção de resíduos, promovendo a máxima reutilização e reciclagem dos materiais. Para alcançar esse objetivo, é fundamental adotar práticas como a redução do consumo.  

Além disso, incentiva-se a compostagem de resíduos orgânicos e o suporte a sistemas de economia circular, nos quais os produtos são projetados para serem reciclados ou reutilizados ao fim de sua vida útil. 

Adotar práticas sustentáveis também pode trazer benefícios econômicos. Por exemplo, é possível contribuir para um futuro mais sustentável e reduzir custos operacionais utilizando energia solar. Acesse e utilize o simulador EDP para avaliar os benefícios dessa solução. 

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Diogo Baraban

Este conteúdo foi produzido por Diogo Baraban .

Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis. 

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