O conceito de logística reversa vem ganhando destaque desde o ano de 2010, quando medidas e legislações a favor de proteger a natureza durante os processos produtivos foram implementadas no Brasil. No entanto, antes mesmo dessa data, o processo já era utilizado em pequena escala no país — ainda que sob outras denominações.
Redução, reciclagem e reutilização são três palavras frequentemente associadas à proteção do meio ambiente e à mitigação das mudanças climáticas, mas o que ainda é pouco conhecido é o fato de que, com a logística reversa, esses termos também podem favorecer maior eficiência e economia na cadeia produtiva e até mesmo permitir lucros mais elevados.
Pensando nisso, criamos aqui um guia completo esclarecendo as principais questões sobre a logística reversa e mostrando como ela pode ser uma aliada para o desenvolvimento sustentável da sua empresa. Descubra aqui o que é logística reversa, como aplicá-la e quais as principais vantagens para o seu negócio!
Enquanto a logística tradicional conduz o produto da indústria ao consumidor final, a logística reversa segue o caminho inverso, trazendo o produto do consumidor de volta à indústria. O objetivo é retornar os resíduos para o ciclo produtivo, evitando que contaminem o meio ambiente e estabelecendo um controle mais eficaz do descarte de resíduos sólidos.
O conceito de logística reversa ganhou força a partir de 2010 com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010, foi um marco instituído para regulamentar o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil, visando proteger a saúde pública, preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.
A legislação tem como metas incentivar a redução, a reutilização, a reciclagem e o descarte adequado dos resíduos, ao mesmo tempo em que promove a inclusão social e a responsabilidade compartilhada entre a sociedade, o setor produtivo e o governo na gestão dos resíduos sólidos. E prevê, ainda, penalidades para responsáveis por infrações.
Os princípios defendidos pela logística reversa estão alinhados com conceitos de sustentabilidade e consciência ecológica, como aqueles defendidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mas, em uma abordagem mais direta, preservar a natureza não é, necessariamente, seu único objetivo — há também fatores econômicos, sociais e relativos à eficiência do processo produtivo, por exemplo.
A logística reversa e a logística verde são dois conceitos diferentes, mas que compartilham pontos em comum. Enquanto a logística reversa se concentra na gestão dos resíduos após o consumo, a logística verde abrange um conjunto mais amplo de práticas que visam reduzir o impacto ambiental ao longo de toda a cadeia logística.
Adotar a logística verde inclui não somente reciclar e reaproveitar, como também promover decisões sobre o transporte sustentável, o uso de embalagens ecoeficientes, a otimização de rotas para minimizar as emissões de carbono e a adoção de tecnologias mais limpas, por exemplo. O foco dessa modalidade é integrar princípios sustentáveis em todas as etapas do processo logístico, desde a produção até a entrega ao consumidor final.
Ambos os conceitos desempenham um papel importante na promoção da responsabilidade ambiental e incentivam, entre outras ações, práticas como a remanufatura de matérias-primas, a reciclagem de itens descartados e o incentivo à produção de embalagens reutilizáveis.
Embora iniciativas de logística reversa possam não ser consideradas pertencentes à logística verde e vice-versa, é possível combinar essas duas estratégias para reduzir o impacto negativo das operações comerciais sobre o meio ambiente e otimizar os processos produtivos.
A logística reversa pode ser uma forte aliada para empresas de todos os portes, uma vez que traz benefícios significativos para a produção, a venda e o posicionamento da marca perante a sociedade.
Em um primeiro momento, reaproveitar materiais que já fazem parte do ciclo produtivo pode parecer custoso. No entanto, a longo prazo, esse processo costuma ser mais barato do que investir em novos insumos e pode permitir que a empresa precifique seus produtos e serviços com valores abaixo do mercado.
A estratégia de reaproveitar também pode acelerar os processos produtivos, uma vez que as matérias-primas provenientes da logística reversa chegam à indústria em um estado já refinado — não mais bruto, como é o caso dos recursos recém-extraídos. Assim, é possível ter maior eficiência energética na produção e produzir mais em menos tempo.
Aos olhos da sociedade, a implantação da logística reversa evidencia o posicionamento ambientalmente responsável e a favor de um desenvolvimento social sustentável da empresa, o que ajuda a atrair novos clientes e, consequentemente, pode aumentar os lucros.
Para a natureza, a logística reversa reduz o descarte de lixo, estimula o consumo consciente, minimiza a dependência de recursos não renováveis (como o petróleo) e evita extrações potencialmente prejudiciais à natureza, como a da madeira. Ter acesso a embalagens plásticas sem precisar utilizar mais petróleo, por exemplo, é uma forma de favorecer o desenvolvimento social sem danificar o planeta.
Em resumo, entre as principais vantagens de implementar a logística reversa na empresa, destacam-se:
A aplicação da logística reversa pode ser feita de várias formas. As diferentes estratégias e mecanismos podem ser adaptados às necessidades da produção e do mercado, proporcionando flexibilidade e eficiência na gestão dos resíduos.
O primeiro passo para adotar a logística reversa na sua empresa é mapear quais são os resíduos gerados pela produção e pelo consumo dos produtos e serviços. Isso inclui a logística reversa de embalagens e caixas, pacotes dispensados dentro da própria indústria, desperdícios e descartes que ocorrem ao longo da cadeia produtiva, entre outros.
Tendo em mente quais são os materiais que devem ser incorporados na estratégia da marca, é o momento de entender quais impactos eles podem causar na
Recolher os materiais descartados durante o consumo e a produção é uma etapa importante da logística reversa. Internamente, é possível criar protocolos para o descarte correto de cada material, separando plásticos, papéis, metais e outros itens.
Externamente, uma boa alternativa para a coleta dos descartes é estabelecer parcerias com locais especializados na coleta de resíduos ou ainda com o governo, visando implementar ou ampliar a coleta seletiva na região de atuação da empresa.
Outra opção é posicionar pontos de coleta próprios da marca em locais estratégicos, como supermercados, padarias e outros pontos de venda do produto, e recolher periodicamente os materiais ali dispensados.
Após serem recolhidos, os materiais devem ser limpos, separados e destinados para os processos de reciclagem, reaproveitamento ou até mesmo venda para que se tornem matéria-prima de outras empresas.
Comprar matérias-primas provenientes da logística reversa também é uma forma de implementar essa ação na sua empresa, uma vez que favorece a utilização de itens que já estavam no ciclo produtivo — mesmo sendo de outra indústria — e evita a necessidade de retirar novos materiais da natureza.
Essa estratégia pode ser utilizada, inclusive, por negócios pequenos que ainda não têm condições de alimentar mecanismos próprios de coleta ou empresas que querem começar a transição para ciclos produtivos mais sustentáveis.
Exemplos de logística reversa podem ser encontrados em empresas de vários ramos, como as indústrias de eletrônicos, alimentos, têxteis e até mesmo o setor automotivo. A estratégia pode ser aplicada tanto na cadeia produtiva de artigos complexos, como carros, até na produção de itens simples do cotidiano.
Um pacote de bolacha que sai das prateleiras do supermercado e retorna à indústria por meio de pontos de coleta seletiva, por exemplo, já faz parte da logística reversa. Peças e componentes metálicos de veículos também podem retornar às empresas depois de usados, onde serão transformados em novos artigos com funções semelhantes ou diferentes.
Em todos os casos, essas ações colaboram para melhoria da empresa para com a sociedade e a natureza, além de favorecer um processo produtivo mais consciente, eficaz e inteligente.
Outra estratégia para tornar a produção mais sustentável é investir em fontes de energia ecologicamente conscientes. A EDP é sua parceira nesse processo! Conheça soluções de energia para clientes de todos os portes e apoie a transição para um futuro responsável.
Há mais de 10 anos, Keith vem atuando na transformação digital em várias empresas e negócios. Antes de atuar na área de Produtos, CX e Analytics, atuou em diversos setores e áreas, trazendo a transformação digital para a rotina das pessoas. Formado em Administração pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), ele responde pela orquestração dos canais digitais, desenvolvimento de novos produtos, pela área CX, por ideação, desenvolvimento de soluções de negócios e Analytics. Keith Shimada produz artigos sobre Tecnologia e Inovação.
Conecte-se com Keith Shimada.