Quando falamos em sustentabilidade, a matriz energética brasileira é um dos tópicos mais relevantes. Compreender o que esse termo significa é essencial para que empresas e organizações possam tomar decisões mais alinhadas com a responsabilidade socioambiental.
Em um mundo que cada vez mais busca por soluções renováveis e eficientes, o Brasil tem se destacado, mas ainda enfrenta desafios na transição para uma matriz energética mais sustentável.
Neste texto, vamos abordar o que é a matriz energética brasileira, como ela funciona e qual a evolução ao longo dos anos. Continue a leitura para descobrir como a diversificação de fontes de energia é essencial para o futuro do país e como a EDP pode ser uma parceira nesta jornada!
A matriz energética de um país é formada por todas as fontes de energia utilizadas para abastecer o seu território. No Brasil, essa matriz inclui derivados de petróleo, gás natural, carvão mineral, energia renovável, entre outros recursos. Cada uma dessas fontes têm impactos e características próprias, influenciando diretamente o desenvolvimento econômico e social.
De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2024, 49,1% da oferta interna de energia no Brasil em 2023 foi de fontes renováveis. Esse dado posiciona o Brasil entre os países com maior participação de energias limpas no mundo.
Em comparação, a matriz energética mundial é predominantemente composta por fontes não renováveis (cerca de 82%), o que ressalta o avanço brasileiro no uso de energia sustentável. No entanto, ainda restam 50,9% da oferta de energia provenientes de fontes não renováveis, como petróleo e gás natural, que têm grande impacto ambiental devido à emissão de gases de efeito estufa.
A seguir, veremos as principais fontes energéticas utilizadas no Brasil, suas contribuições e seus impactos para a matriz energética do país.
A biomassa é uma das fontes renováveis mais importantes da matriz energética brasileira. De acordo com o BEN 2024, a biomassa de cana-de-açúcar representou 18,4% da oferta interna de energia em 2023.
A biomassa inclui matérias orgânicas como resíduos agrícolas e vegetais, que podem ser convertidas em biocombustíveis, como etanol e biogás, usados tanto em transportes quanto em usinas de geração de energia.
O aproveitamento da biomassa, principalmente no setor sucroalcooleiro, não só reduz a dependência de combustíveis fósseis como também colabora para a redução das emissões de gases de efeito estufa, favorecendo uma economia mais verde e sustentável.
A energia hidrelétrica continua sendo uma das maiores fontes de energia renovável no Brasil. Segundo o BEN 2024, a energia hidrelétrica representou 11,3% da oferta interna de energia em 2023. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de energia hidrelétrica, com grandes usinas localizadas em regiões estratégicas do país.
Embora seja uma fonte renovável importante, a energia hidrelétrica também enfrenta desafios, como a dependência de condições climáticas e os impactos ambientais associados à construção de grandes barragens.
Mesmo com os avanços em energias renováveis, o petróleo ainda é uma parte importante da matriz energética brasileira, representando 34,5% da oferta total de energia em 2023. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de petróleo, especialmente após a exploração de campos no pré-sal.
O petróleo e seus derivados são amplamente utilizados no transporte e em usinas termelétricas. No entanto, o uso extensivo dessa fonte de energia gera preocupações ambientais devido às altas emissões de CO₂ e outros poluentes.
O gás natural também tem uma participação relevante, representando cerca de 12% da oferta total de energia em 2023. Apesar de ser um combustível fóssil, o gás natural é menos poluente que o carvão e o petróleo, utilizado principalmente em termelétricas, indústrias e no setor residencial.
O gás natural é uma solução de transição, ajudando a reduzir a dependência de fontes mais poluentes até que o Brasil esteja mais avançado na adoção de energias renováveis.
O gás renovável, como o biogás e o hidrogênio verde, é uma alternativa sustentável ao gás natural tradicional. O biogás é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, como resíduos agrícolas e industriais, enquanto o hidrogênio verde é obtido por meio da eletrólise da água, utilizando energia renovável.
Esses gases são vistos como soluções para substituir combustíveis fósseis em diversas aplicações, incluindo transporte e geração de eletricidade.
Embora ainda represente uma pequena parte da matriz energética, o gás renovável tem um grande potencial de crescimento, contribuindo para a descarbonização de setores como transporte e indústria.
A energia nuclear representou 1,1% da oferta de energia no Brasil em 2023. Embora seja uma fonte de energia não renovável, ela gera grandes quantidades de energia com baixas emissões de carbono.
O Brasil opera duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, que desempenham um papel importante na estabilidade do fornecimento elétrico, embora a energia nuclear exija altos padrões de segurança e cuidados com o descarte de resíduos.
A modernização da matriz energética brasileira é fundamental para que as empresas se adequem dentro da agenda ESG, garantindo que o país continue se destacando na transição para um modelo mais sustentável. No entanto, essa transição apresenta desafios significativos:
A implementação de tecnologias limpas, como redes inteligentes e sistemas de armazenamento de energia, exige um alto custo inicial. Isso pode ser uma barreira para muitas empresas e indústrias que precisam de financiamento adequado para realizar essa transição de maneira eficiente.
À medida que o Brasil aumenta o uso de energias renováveis, integrar essas fontes à rede elétrica existente se torna um desafio. Fontes intermitentes como solar e eólica precisam de uma infraestrutura adequada, incluindo sistemas de armazenamento, para garantir a estabilidade da rede.
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Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis.
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