Matriz energética brasileira: o que é e como funciona

A matriz energética brasileira é superimportante para a sustentabilidade no país. Entenda o que é e saiba quais são as fontes de energia mais utilizadas.

Data de publicação: 06/09/2023

Quando falamos em sustentabilidade, a matriz energética brasileira é um assunto de extrema relevância. Por isso, entender o que esse termo representa é essencial para que organizações possam tomar decisões voltadas a minimizar o impacto socioambiental negativo.

Continue a leitura para saber o que é matriz energética brasileira, como ela funciona e mais detalhes sobre o assunto!

Matriz energética brasileira: como funciona?

Antes de tudo, precisamos definir o que é matriz energética. A matriz energética de um país é composta pelo conjunto de fontes de energia que são utilizadas naquele território: derivados do petróleo, gás natural, carvão mineral, energia renovável e outras fontes. 

Assim, a matriz energética brasileira é composta por todos os recursos que o país utiliza na geração da energia necessária para abastecer o território nacional.

Segundo o Balanço Energético de 2023, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética, do governo federal, a análise da produção e consumo de energia no Brasil em 2022 demonstrou que 47,4% da energia ofertada em território nacional é de origem renovável

Em contrapartida, os 52,6% restantes são de origem não renovável, o que causa maior impacto e acelera as mudanças climáticas que o planeta vem sofrendo. 

Ainda conforme o mesmo estudo, em 2020 a matriz energética mundial era composta majoritariamente por fontes não renováveis (aproximadamente 85%) — dado que ressalta o destaque brasileiro quando o assunto é energia sustentável, uma vez que, naquele ano, o país já contava com fontes renováveis em quase metade de sua matriz energética.

Esses dados indicam a urgência de serepensar as fontes de energia utilizadas, especialmente em indústrias e empresas, a fim de que essas organizações se adequem à agenda ESG, adotando boas práticas relacionadas aos aspectos ambientais, sociais e de governança em suas operações.

Entenda, a seguir, quais são as fontes energéticas mais utilizadas em território nacional e confira mais detalhes sobre cada uma delas!

 

Biomassa

Biomassa é o nome dado a toda matéria orgânica, seja de origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na geração de energia limpa. Também de acordo com o BEN 2023, a biomassa de cana representou 12,5% dessa matéria no Brasil em 2022, enquanto lenha e carvão vegetal representaram 9%.

A biomassa de cana é especialmente interessante, uma vez que tanto a cana-de-açúcar como seus resíduos são utilizados na produção de biocombustíveis, como etanol, biogás e biometano, que substituem o uso de combustíveis fósseis, como gasolina, gás natural e carvão mineral nos veículos e nas usinas termelétricas.

Hidráulica

Ainda segundo o BEN 2023, a energia hidráulica representou, em 2022, 12,5% da matriz energética brasileira. Essa é uma das fontes de energia mais conhecidas do país, por conta das usinas hidrelétricas espalhadas pelo território nacional.

De maneira simplificada, o que acontece nas usinas hidrelétricas é o seguinte: há um grande reservatório de água, canalizada a partir de rios, que é transportada por meio dos canos da barragem até grandes turbinas.

Com a queda d’água, essas turbinas giram e geram energia mecânica, que é, posteriormente, transformada em energia elétrica por meio da ativação do gerador elétrico rotativo. Após passar pelas turbinas de geração, a água é direcionada para um canal de descarga, sendo devolvida ao seu curso.

A energia armazenada no gerador passa, então, por um transformador, responsável por diminuir a intensidade da corrente e aumentar sua voltagem. Esse processo é feito para que a energia possa ser transmitida por grandes distâncias.

E antes de ser distribuída para os estabelecimentos, essa energia ainda passa por outro transformador. Dessa vez, a intensidade é aumentada e a tensão diminuída. Assim, a eletricidade torna-se adequada para o uso final, seja doméstico, comercial ou industrial.

Petróleo

Segundo o já mencionado Balanço Energético de 2023, o petróleo e seus derivados ainda representam 35,7% da oferta de energia em solo brasileiro. Além de ser um dos principais produtos exportados pelo Brasil, o petróleo é bastante usado nas indústrias nacionais petroquímicas. 

A produção de combustíveis é a principal responsável pelo uso do petróleo e seus derivados, que são transformados em gasolina, diesel, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), querosene, óleo combustível, gás de refinaria e outros para o abastecimento de veículos.

No entanto, eles também são usados na produção de energia elétrica, sendo queimados em caldeiras, turbinas e motores de combustão interna. Estes, por sua vez, transformam a energia de reações químicas da combustão em energia mecânica que, posteriormente, é transformada em energia elétrica.

As usinas responsáveis por esse tipo de geração de energia são chamadas de termelétricas e, além de petróleo e seus derivados, essas usinas também fazem a queima de outros combustíveis fósseis, como gás natural e carvão mineral, os quais representaram 10,5% e 4,6%, respectivamente, da oferta energética do Brasil em 2022.

Gás renovável

O termo gás renovável abarca alguns gases produzidos a partir de fontes renováveis de energia, que são armazenados de maneira relativamente simples e podem ser produzidos sob demanda.

Entre os exemplos desse tipo de gás estão biogás, biometano, hidrogênio verde, metano sintético, entre outros. Alguns deles, como biogás e biometano, são produto da biomassa.

Já o hidrogênio verde, por exemplo, é obtido por meio de um processo químico chamado eletrólise, que separa o hidrogênio do oxigênio existente na água usando correntes elétricas. Esse processo evita a produção de dióxido de carbono e sua liberação na atmosfera.

É uma solução que alia tecnologia à ciência para servir como alternativa ao uso do gás natural, um combustível fóssil formado por milhões de anos em poços profundos e subterrâneos e que vem sendo explorado há séculos, com grande impacto socioambiental.

Nuclear

Por fim, a energia nuclear, também chamada de energia atômica, é obtida a partir de uma reação de fissão nuclear, que, de maneira simplificada, é a fissão de átomos de determinado elemento químico dentro de uma usina nuclear.

No Brasil, também segundo o Balanço Energético de 2023, a fissão de urânio representou 1,3% da oferta de energia no país.

Ainda que seja uma energia considerada não renovável, ela é bastante eficiente em relação a outras formas de geração, uma vez que é necessário proporcionalmente muito menos recurso para obter a mesma quantidade de energia.

A usina nuclear funciona como uma termelétrica, mas, em vez de queimar combustíveis fósseis, usa a fissão nuclear. Barras do combustível nuclear ficam em um reator, onde a energia liberada pela fissão gera calor.

O próximo passo é esquentar um sistema com água para que ela se transforme no vapor que girará a turbina responsável pela geração da energia elétrica.

Um segundo sistema, que também funciona à base de água, é responsável por resfriar o primeiro. Assim, após passar pela turbina, o vapor é direcionado ao condensador do segundo sistema, que abaixa sua temperatura e o faz voltar ao estado líquido, sendo reinserido no circuito para sua reutilização.

Vantagens e desvantagens da matriz energética brasileira

Como você pôde conferir, a matriz energética brasileira tem uma boa participação de energia renovável, sobretudo quando comparada a outras matrizes energéticas. No entanto, 52,6% da oferta de energia ainda têm origem não renovável, o que, pensando em impacto socioambiental, é um percentual bastante alto.

O próximo passo, tanto para o Brasil como para o mundo, é buscar aumentar a utilização de energias limpas ao máximo. Isso porque, ainda que nosso país tenha certa vantagem em relação à média energética mundial, é de extrema importância que o assunto continue em pauta para propagar consciência e engajamento, tanto de indivíduos como de empresas e entidades governamentais.

Pensando nisso, o mercado livre de energia surge como fomentador dessa iniciativa. Por meio dele, os consumidores têm mais liberdade para negociar condições melhores quando o assunto é oferta de energia, podendo reivindicar sustentabilidade e garantir economia.

A EDP e o mercado livre de energia

O mercado livre de energia veio para mudar a forma como o desenvolvimento sustentável é percebido no Brasil. Nós, da EDP, acreditamos em todo seu potencial de transformação e atuamos com o objetivo de impulsionar essa iniciativa.

Aderir a energias renováveis e estar sempre bem-informado para conscientizar as pessoas à sua volta é um passo importante em prol da diminuição dos impactos socioambientais negativos.

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