A descarbonização é um tema que tem sido cada vez mais abordado quando o assunto é sustentabilidade. Afinal, diz respeito a uma das principais metas das agendas mundiais de desenvolvimento sustentável e está diretamente relacionada à geração e ao consumo energético.
Embora a transformação de recursos naturais em energia tenha sido um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento humano ao longo do tempo, a utilização de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, emite agentes poluentes prejudiciais ao planeta, originando fenômenos como o efeito estufa e o consequente aquecimento global.
Considerando isso, a descarbonização é uma das medidas que mais contribuem para combater esses efeitos danosos, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável. Para entender como aplicá-la, na prática, e quais seus benefícios para o meio ambiente e os negócios, continue com esta leitura.
Um dos gases mais liberados na queima de carvão e petróleo é o gás carbônico (CO2), ou dióxido de carbono, amplamente conhecido como um dos Gases do Efeito Estufa (GEE). O acúmulo dessa substância em torno da Terra gera danos à atmosfera, como os buracos na camada de ozônio, deixando o planeta desprotegido e mais vulnerável à incidência solar e ao aquecimento progressivo da temperatura.
A descarbonização é, portanto, um processo que visa diminuir a emissão de CO2 como um todo, eliminando-a completamente no futuro. E, para que isso seja possível, é imprescindível que o uso de combustíveis fósseis seja substituído por fontes de energia renovável, especialmente nas indústrias e empresas.
Na prática, existem diversas medidas descarbonizantes que devem ser implementadas para acabar com a emissão de gás carbônico. Nas indústrias isso acontece logo no começo da cadeia produtiva, buscando reduzir o desperdício de matéria-prima e aumentar a eficiência do processo de produção.
Isso porque o mau aproveitamento da matéria-prima implica maior uso de recursos naturais, e o desperdício de qualquer produto já beneficiado, como uma folha de papel, faz com que todo o CO2 gerado na sua produção tenha sido em vão. Nesse sentido, a reciclagem também é muito importante, uma vez que é um processo que emite muito menos gás carbônico do que a fabricação de novos produtos.
Por fim, uma das estratégias mais eficazes para a descarbonização é otimizar o consumo de energia, sem desperdícios e realizando uma transição energética, substituindo o uso de energia gerada em processos tradicionais — que emitem muito CO2 —, por fontes renováveis, como a energia solar.
Além dos benefícios diretos ao meio ambiente, que consequentemente impactam a qualidade de vida de toda a sociedade, a descarbonização também contribui para o desenvolvimento econômico sustentável, trazendo vantagens competitivas e financeiras para os negócios. Entenda melhor esses benefícios a seguir.
Ser uma empresa consciente e preocupada com questões socioambientais atualmente é essencial para continuar relevante em qualquer nicho. Por isso, os negócios precisam cada vez mais se adaptar à Agenda ESG, que leva em conta aspectos ambientais, sociais e de governança para construir um futuro mais sustentável.
E a descarbonização é fundamental para esse processo, uma vez que impacta diretamente o meio ambiente de forma positiva e torna as empresas muito mais eficientes e sustentáveis, agregando valor ao negócio e à sua imagem perante o mercado e os clientes.
Inclusive, é possível receber certificações oficiais de sustentabilidade que geram muito mais oportunidades e parcerias de negócio, e que, em alguns casos, são obrigatórias em processos de licitação e concorrências.
Uma economia sustentável engloba diversos fatores que se interconectam. Primeiramente, muitas das necessidades das pessoas estão relacionadas diretamente a produtos e serviços supridos pelas empresas. Por sua vez, as empresas precisam se manter e prosperar para que a sociedade tenha suas demandas atendidas com qualidade.
Entretanto, se faz cada vez mais necessário que essa cadeia de oferta e demanda se desenvolva sem prejudicar o meio ambiente e a comunidade em que se insere — e a descarbonização favorece tanto o planeta como as pessoas e as empresas.
O meio ambiente recebe menos poluentes e os fenômenos que o deterioram diminuem, as empresas se tornam mais eficientes, e as pessoas se beneficiam ganhando mais qualidade de vida, saúde, um futuro mais sustentável e produtos e serviços melhores. Isso é o desenvolvimento econômico sustentável.
A descarbonização a partir do uso de fontes de energia renováveis também colabora com a redução de custos em uma empresa, pois, a longo prazo, elas são muito mais baratas. A energia solar, por exemplo, pode gerar uma economia de até 95% nas despesas com eletricidade.
Além disso, ao comprovar que utilizam um sistema de energia sustentável, as empresas podem ter uma diminuição no valor pago em impostos como o IPTU e o ICMS, diminuindo ainda mais os custos operacionais.
Este benefício é, com certeza, o mais valioso, já que a descarbonização impacta diretamente a saúde do planeta e, por consequência, a vida das pessoas. Ao reduzir a emissão de CO2, as pessoas, indústrias e empresas estão deixando menos pegadas de carbono pelo mundo.
A pegada de carbono diz respeito à quantidade de gases de efeito estufa que um indivíduo, atividade ou instituição gera e que vai parar na atmosfera — são como marcas que deixamos no ambiente, e por isso a referência às pegadas.
É importante lembrar que, diferentemente de uma pegada carimbada no chão, que logo se apaga, o CO2 pode permanecer na atmosfera por centenas de anos. Sabendo disso, fica fácil entender por que a descarbonização é tão importante para a sociedade e o meio ambiente.
Existem diversas fontes de energia renováveis que podem substituir o uso dos combustíveis fósseis. É possível gerar energia a partir do sol, dos ventos (eólica), das águas dos rios (hídrica), do calor no interior da Terra (geotérmica), das marés e ondas (oceânica) e até mesmo de matérias orgânicas (biomassa).
No Brasil, a energia hídrica é responsável pela maior parte da eletricidade produzida. Mas, ainda que seja uma fonte renovável, a implantação e operação das hidrelétricas causa vários impactos socioambientais significativos, como mudanças climáticas e na fauna e flora da região de instalação, além de realocação das comunidades que ali vivem, dentre outros.
Já as fontes energéticas eólica e solar estão em expansão no país e são fontes renováveis mais sustentáveis. No entanto, a energia solar é mais abrangente, já que o sol é abundante e mais bem distribuído em nosso território.
Além disso, o sol também é um recurso bastante valorizado no Mercado Livre de Energia, no qual os consumidores têm mais autonomia e liberdade para negociar melhores condições pelos serviços de energia, garantindo maior economia e sustentabilidade.
Certamente, diminuir o uso de combustíveis fósseis e migrar para as fontes de energia renováveis é essencial para a descarbonização, especialmente nas indústrias e empresas. Nesse processo, não apenas o negócio, mas a sociedade e o meio ambiente são beneficiados.
Quem adere ao uso de energias limpas, como a energia solar, está um passo à frente quando o assunto é sustentabilidade — e essa é uma atitude cada vez mais valorizada e esperada pela sociedade, sendo crucial para a eficiência e longevidade das empresas.
A EDP acredita que o Mercado Livre de Energia é um dos grandes agentes de transformação para o desenvolvimento sustentável no Brasil. Acompanhe as notícias em nosso site e nossos conteúdos no YouTube para conhecer melhor as nossas iniciativas e serviços.
Newmar Spader é Gestor Operacional de Mobilidade Elétrica da EDP Brasil, respondendo pelas equipes do comercial, engenharia, execução e O&M da área. Ele é graduado em engenharia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e tem pós-graduação em Gestão da Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Gestão de Projetos pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Newmar Spader escreve sobre Mobilidade Elétrica.
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