As tarifas que compõem a conta de energia são alvo constante de dúvidas, inclusive por quem adota um sistema de energia solar. Um dos maiores questionamentos é em relação ao Fio B, ou fio de retorno, e as atualizações da Lei 14.300.
Toda conta de energia envolve a Tarifa de Energia (TE) e a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), que é aplicável a quem utiliza sistemas solares. Por isso, é importante esclarecer todos os pontos para saber como irá afetar o orçamento.
Neste artigo, você vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre o tema! Continue a leitura e veja o que é a tarifa Fio B, como funciona para empresas que utilizam a energia solar, como fazer o cálculo e muito mais. Acompanhe!
Para explicar o que é o Fio B, é importante entender como é a composição da conta de energia. A cobrança mensal é composta por diversos componentes em dois pilares, a Tarifa de Energia (TE) e a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).
A Tarifa de Energia compreende todos os custos com a aquisição da energia; já a TUSD abrange os custos de transmissão e distribuição. Dentro da TUSD, temos o FIO A, que é a transmissão, e o Fio B, que são os custos para a distribuição de energia.
Sendo assim, o Fio B é uma tarifa para cobrir os custos para o uso da rede de distribuição de energia, ou seja, a infraestrutura da concessionária. Uma tarifa regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A TUSD Fio B incide também para empresas que utilizam o sistema fotovoltaico e dispensam a energia não consumida na rede elétrica pública. Os métodos de cobrança, dos quais falaremos a seguir, são embasados pela Lei 14.300.
A Lei 14.300 de 2022 regulamenta a implementação de sistemas de energia solar e criou o Marco Legal da Micro e Minigeração Distribuída. Antes da aprovação da lei, o Fio B não gerava custo extra na conta para quem utilizava sistemas fotovoltaicos.
Com as mudanças na lei em 2022, a partir de 2023 a tarifa Fio B começou a ser cobrada quando a energia resultante é injetada da rede — ou seja, quando a energia solar produzida não for totalmente consumida e o que sobrar for direcionado a rede pública, como ocorrem em sistemas on-grid.
Em outras palavras, desde 2023, empresas que utilizam a geração distribuída ou sistemas fotovoltaicos próprios ligados à rede pagam o Fio B. Nesse caso, a utilização da rede se dá pela dispensa da energia não consumida para a linha de distribuição.
Portanto, podemos dizer que a grande mudança que a Lei 14.300 trouxe para quem utiliza energia solar é a cobrança da tarifa Fio B. Conforme dito, o custo será adicionado à fatura e terá um crescimento gradativo a partir de 2023.
A cobrança da TUSD Fio B, conforme a lei 14.300, será gradual, aumentando o percentual da taxa até o ano 2028. A definição do sistema é regulamentada pela Aneel e já está em vigor, mesmo que seja em uma parcela baixa na conta de luz.
Veja abaixo como será o aumento do Fio B ao longo dos próximos anos:
As empresas que realizaram o pedido para o uso do sistema fotovoltaico antes do dia 7 de janeiro de 2023 não serão afetadas pela cobrança até 2045. Em 2029, a Aneel irá definir como será a taxa Fio B para o futuro, estabelecendo novas regras.
Os custos da conta de luz, inclusive para quem utiliza energia fotovoltaica, podem variar de acordo com cada estado. Há tarifas específicas que interferem no valor e que devem ser observadas junto à concessionária local de distribuição.
Em relação ao Fio B, o cálculo pode ser realizado no site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para isso, basta seguir o seguinte passo a passo:
As informações apresentadas na tabela estão divididas de acordo com a região e o valor é o último componente dela. Basta dividir o valor pela tarifa e multiplicar o resultado por 100 para obter o custo exato do Fio B na conta de luz.
Entender sobre o custo da tarifa TUSD Fio B é importante para mensurar as taxas pagas pela empresa após o uso do sistema fotovoltaico. Afinal, mesmo com a energia limpa, ainda utiliza-se a rede de distribuição da concessionária, o que gera custos.
Mesmo com as mudanças na lei 14.300 aprovadas pelo Governo Federal em 2022 — que determinam a cobrança do Fio B a partir de 2023 — a energia solar é extremamente interessante e proporciona economia e o uso de uma fonte renovável e limpa.
Com a evolução do setor energético brasileiro, há possibilidades de adotar a energia solar e ter uma economia relevante. Ou seja, é possível utilizar uma geração sustentável e ainda reduzir a conta de luz da empresa, apesar das tarifas.
Para isso, basta recorrer ao Mercado Livre de Energia e priorizar uma usina solar para abastecer as demandas do negócio. Uma oportunidade incrível e inteligente para investir na responsabilidade social empresarial e no desenvolvimento sustentável.
Portanto, a energia solar é uma das grandes tendências e se mantém como extremamente vantajosa para toda organização. Uma fonte limpa, inesgotável e que proporciona benefícios tanto na eficiência energética quanto na redução de custos fixos.
Como pode notar, o Fio B é um tipo de tarifa que incide sobre o uso da rede de distribuição da concessionária local. Portanto, toda empresa que utiliza energia solar, seja na geração distribuída ou sistemas on-grid, devem ter atenção à cobrança.
Gostou de saber sobre a tarifa Fio B? Se deseja continuar aperfeiçoando seus conhecimentos, não deixe de ler outro conteúdo agora mesmo! Veja quais são os benefícios da aquisição da energia solar para empresas!
Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
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