Demanda contratada de energia elétrica: o que é e como calcular?

Descubra como calcular a demanda contratada de energia elétrica para otimizar custos e melhorar a eficiência energética no seu negócio

Data de publicação: 15/02/2024

No cenário corporativo atual, entender a demanda contratada de energia é essencial para empresas que buscam eficiência e economia no mercado de energia. Com a cobrança de taxas extras por ultrapassagem de mais de 5% da demanda contratada, um cálculo preciso é importante para evitar custos desnecessários e otimizar o uso de energia.

Assim, calcular corretamente a demanda contratada, a diferença entre demanda e consumo e como isso afeta sua estratégia energética no Mercado Livre de Energia pode levar a economias significativas e a um consumo de energia mais sustentável.

Por isso, descubra as estratégias para otimizar sua demanda de energia e reduzir os custos no mercado livre!

Compreendendo a demanda contratada de energia no Mercado Livre de Energia

Entender a demanda contratada de energia é essencial no mercado de energia para uma sustentabilidade corporativa que seja eficiente para o mercado e o crescimento da própria empresa.

O conceito define a potência máxima que uma instalação precisa ter disponível para suas operações, influenciando diretamente a eficiência e os custos de energia.

Definição de demanda contratada

  • Potência máxima necessária: refere-se à capacidade energética que uma empresa precisa garantir para suas operações, determinando a quantidade de energia que a distribuidora deve disponibilizar;
  • Importância para o Grupo A: grandes consumidores, como indústrias e grandes estabelecimentos comerciais que priorizam fontes alternativas de energia, necessitam de uma alta capacidade de fornecimento de energia, tornando a demanda contratada um fator crítico em suas operações.

Diferença entre demanda e consumo

  • Demanda contratada: a potência máxima que a rede elétrica deve fornecer a qualquer momento, independente do consumo real;
  • Consumo real: quantidade de energia (kWh) efetivamente utilizada durante um determinado período, que pode variar de acordo com a operação da empresa.

A precisão no cálculo da demanda contratada é fundamental para evitar interrupções de energia e penalidades financeiras. Por outro lado, contratar uma demanda acima do necessário resulta em custos adicionais por uma capacidade de energia que não é utilizada.

Como calcular a demanda contratada de energia?

Calcular a demanda contratada de energia é um processo que determina quanto de potência sua empresa precisa ter disponível, o que impacta diretamente os custos de energia.

Passo a passo do cálculo

  1. Listagem de equipamentos: comece listando todos os equipamentos que consomem energia na sua empresa;
  2. Determinação da potência: verifique a potência (em kW) de cada equipamento, que geralmente está disponível nas especificações técnicas;
  3. Tempo de uso dos equipamentos: calcule por quanto tempo cada equipamento é usado durante o pico de demanda;
  4. Soma das potências: some a potência de todos os equipamentos em operação durante o pico;
  5. Aplicação de um fator de demanda: adicione um fator de demanda para considerar que nem todos os equipamentos operam em capacidade máxima simultaneamente.

Exemplo prático

Por exemplo, uma fábrica tem equipamentos cuja soma total da potência durante o pico é de 500 kW. Se o fator de demanda aplicado for de 0,85, a demanda contratada será de 425 kW (500 kW x 0,85).

Dicas para cálculo eficiente

  1. Medições regulares: monitore o consumo de energia regularmente para entender o perfil de demanda da empresa;
  2. Variações sazonais: a demanda pode variar de acordo com as operações sazonais;
  3. Uso de tecnologia: ferramentas de gerenciamento de energia fornecem dados precisos, auxiliando no cálculo da demanda contratada.

Este cálculo é vital para garantir que você contrate a quantidade de energia de que realmente necessita, otimizando os custos e contribuindo para a eficiência energética do negócio e fazendo uso consciente da matriz energética brasileira.

Demanda mínima e tarifas de demanda contratada

A demanda mínima é uma taxa cobrada pelas distribuidoras de energia, baseada na menor quantidade de energia que a empresa deve contratar de acordo com seu contrato.

Essa taxa é crucial para as distribuidoras, pois garante uma receita mínima para a manutenção da rede elétrica, mesmo que a energia não seja totalmente utilizada pelo consumidor.

Compreendendo a demanda mínima

  • Conceito: a demanda mínima é geralmente uma porcentagem da demanda máxima contratada, variando conforme a regulamentação do setor e as políticas de cada distribuidora;
  • Impacto nas contas de energia: mesmo que uma empresa use menos energia do que a contratada, ela ainda será cobrada pela demanda mínima. Esse fator precisa ser considerado ao calcular a demanda contratada para evitar custos desnecessários.

Divisão do Grupo A e tarifas

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, o grupo A é dividido em:

  • A1: possui tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;
  • A2: possui tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
  • A3: possui tensão de fornecimento de 69 kV;
  • A3a: possui tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;
  • A4: possui tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;
  •  AS: possui tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrâneo de distribuição.

Para empresas enquadradas no Grupo A, cuja demanda mínima a ser contratada por uma empresa é de 30 kW, a compreensão da demanda contratada e das modalidades tarifárias é essencial para uma gestão energética eficiente.

Tarifas da demanda contratada

As bandeiras tarifárias relacionadas à demanda contratada estão detalhadas na fatura de energia e no Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) com a distribuidora. Existem duas modalidades tarifárias principais para o Grupo A — Azul e Verde.

Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)

Tarifa Azul

  • Funcionamento: aplica tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, variando de acordo com o horário de utilização (ponta e fora de ponta);
  • Para quem é: disponível para todos os consumidores do Grupo A. Importante considerar a maior demanda para avaliar a elegibilidade para o Mercado Livre.

Tarifa Verde

  • Para quem é: disponível para os subgrupos A3a, A4 e AS;
  • Funcionamento: oferece tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica com base no horário de utilização, mas com uma única tarifa de demanda de potência para qualquer horário.

A escolha correta entre essas modalidades tarifárias pode ajudar as empresas do Grupo A a otimizarem seus custos energéticos e alinharem suas práticas de consumo com as necessidades operacionais e objetivos de sustentabilidade.

Modalidades tarifárias no Grupo B

O Grupo B envolve os consumidores menores, que utilizam energia em baixa tensão, como as residências, estabelecimentos comerciais e outras unidades consumidoras de pequeno porte.

Esse grupo pode ser subdividido nos seguintes subgrupos, segundo resolução normativa da ANEEL

  • subgrupo B1: residencial;  
  • subgrupo B2: rural;  
  • subgrupo B3: demais classes;
  • subgrupo B4: Iluminação Pública.

Suas tarifas são:

  • Convencional monômia: uma tarifa única de consumo, aplicável a qualquer hora, para unidades de baixa tensão;
  •  Horária branca: tarifa de consumo variável conforme as horas de utilização, exceto para iluminação pública e a subclasse Baixa Renda do subgrupo B1.

Vantagens do Mercado Livre de Energia

Tendência no mercado, a transição para o Mercado Livre de Energia oferece uma série de benefícios significativos para as empresas.

Neste ambiente, consumidores têm maior controle sobre suas decisões de compra de energia, podendo negociar diretamente com fornecedores e escolher fontes de energia mais alinhadas às suas necessidades e objetivos de sustentabilidade.

Benefícios para consumidores no Mercado Livre de Energia

  • Negociação direta com fornecedores: permite a negociação de tarifas mais competitivas e contratos personalizados;
  • Diversidade: variedade maior de energia acessível, incluindo fontes de opções renováveis;
  • Gestão de custos: possibilidade de gerenciamento mais eficiente dos custos de energia.

Impacto da demanda contratada

  • Otimização de contratos: a escolha adequada da demanda contratada pode levar a economias significativas;
  • Flexibilidade e eficiência: empresas no mercado livre podem ajustar a demanda contratada de acordo com suas operações, aumentando a eficiência energética.

Eficiência energética no Mercado Livre

Com a flexibilidade do mercado livre, as empresas podem se beneficiar de tarifas competitivas e de uma ampla escolha de fontes de energia, ajustando sua demanda conforme as necessidades operacionais.

Agora que você descobriu como calcular a demanda contratada de energia, saiba mais sobre a transição energética com a EDP e comece a moldar um futuro energético mais eficiente para a sua empresa.

Artigos relacionados