Conta de luz: saiba como reduzir a da sua empresa

O Selo Procel, criado pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica em 1993, aponta quais são os equipamentos que oferecem mais eficiência energética, ou seja, que consomem menos energia obtendo resultados iguais.

O selo é aplicado a vários aparelhos, como geladeiras e ar-condicionados, mas está presente apenas nos produtos que passaram em testes e atingiram os índices necessários em relação ao consumo e ao desempenho. Assim, todos os produtos com o Selo Procel são mais econômicos.

Além disso, é possível conferir a classificação do produto no Programa Brasileiro de Etiquetagem, do Inmetro, que elenca os produtos mais e menos eficientes em escala de A a E, em que os primeiros são mais econômicos. Optar por produtos eficientes é uma ótima maneira de economizar no dia a dia.

É comum que o potencial da iluminação na conta de luz seja ignorado. E aqui não se trata apenas de desligar as lâmpadas quando não houver pessoas no ambiente, mas sim de planejar ou adequar os espaços já pensando em estratégias que permitam aproveitar melhor esse recurso.

Uma boa prática, por exemplo, é aproveitar a luz natural: em escritórios ou áreas mais abertas, isso pode ser feito com grandes janelas ou paredes de vidro e, em espaços mais fechados, como galpões, com telhas translúcidas. Até mesmo a disposição de divisórias pode impactar nesse sentido.

Além disso, cores mais claras nos pisos e paredes também contribuem para iluminar os espaços, pois espalham a luz com mais facilidade. É importante, ainda, instalar as lâmpadas em locais estratégicos para que a luminosidade seja capaz de alcançar uma área maior.

Ambientes usados por menos tempo no dia a dia da empresa, como os banheiros, podem ganhar sensores de presença. Dessa forma, a iluminação será ativada apenas se o aparelho detectar movimentos no local, o que evita esquecimentos que impactam na conta de luz.

Essa também é uma boa opção para aliar segurança e economia no lado externo da empresa, como em garagens e portões. Isso porque o uso de sensores evita que as luzes fiquem ligadas durante toda a noite, mas promove a iluminação necessária quando identifica alguma movimentação.

Outra boa opção são os sensores de luminosidade, que ajustam o índice de luz de acordo com as necessidades do ambiente. Além disso, investir em lâmpadas de LED é fundamental, já que elas podem ser até 90% mais econômicas que as convencionais.

Muitos equipamentos eletrônicos, como televisões, computadores e impressoras, contam com o chamado stand-by, que funciona como um modo de espera. Assim, mesmo quando não estão sendo usados, eles seguem ligados à tomada, geralmente com uma luz que indica o funcionamento.

Essa opção costuma ser prática no dia a dia, já que não é preciso voltar a ligar o aparelho a cada uso. Porém, ela também apresenta impacto na conta de luz, pois, afinal, os equipamentos seguem consumindo energia mesmo que em modo de espera.

Dessa forma, o ideal é evitar que os aparelhos fiquem em stand-by durante o dia e, principalmente, à noite, quando podem ser mantidos em modo de espera por esquecimento ou mesmo hábito. Conscientizar os colaboradores sobre essa prática também é importante.

O consumo de eletricidade no Brasil apresenta um horário de pico, que ocorre, em média, entre 17h e 21h, com variações de acordo com a região do país e com a época do ano. Trata-se do período em que a maioria das pessoas retorna para casa e começa a usar chuveiro, máquina de lavar e outros aparelhos, gerando alto consumo.

O problema é que esse alto consumo, também chamado de horário de ponta, demanda mais energia elétrica e pode encarecer a tarifa para alguns tipos de consumidores, como as empresas. Por isso, se possível, é interessante ajustar a rotina do negócio para evitar o consumo nesse horário.

Se isso não for possível, outra opção é adotar a tarifa branca, que garante economia na conta de luz a depender do ritmo de trabalho na empresa. Pode-se, ainda, optar pelo mercado livre de energia e investir em outras fontes de eletricidade, como a energia solar, que será abordada adiante.

Enquanto algumas práticas de consumo consciente que ajudam a economizar energia são de maior responsabilidade dos proprietários ou gestores de uma empresa, outras podem e devem ser levadas também aos colaboradores, de forma geral, a fim de que todos contribuam.

É o caso de evitar o uso de equipamentos em stand-by, por exemplo, algo que todos podem fazer no dia a dia do negócio. Além disso, sensibilizar setores específicos sobre suas demandas também é uma boa opção, como orientar o setor de compras a priorizar produtos mais econômicos.

Estabelecer metas de redução da eletricidade, aliás, é uma maneira de engajar os profissionais. Além disso, a realização de campanhas, treinamentos e reuniões é outra prática que ajuda a conscientizar e que pode, inclusive, ter reflexos em outros ambientes frequentados por todos, como as residências.

Green IT, ou TI Verde, é um conceito que consiste em considerar  a sustentabilidade na escolha, no uso e no descarte de materiais usados no segmento da Tecnologia da Informação. Essa prática contribui para a preservação do meio ambiente e, além disso, gera desconto na conta de luz.

Quando se opta pela cloud computing, em que os arquivos ficam armazenados na nuvem, é possível reduzir o uso dos servidores e, consequentemente, a energia que consomem, por exemplo. Aliás, optar por aparelhos eletrônicos mais eficientes e econômicos é outra forma de economizar.

Vale destacar que práticas relacionadas ao Green IT contribuem para que a empresa ganhe destaque em relação à sustentabilidade, o que também ocorre com o mercado livre de energia e a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) por meio do uso de fontes renováveis de energia.

Por fim, além de todas as práticas que promovem o consumo consciente e a economia na conta de luz, outra medida eficiente é o uso da energia solar. Isso porque, além de ser uma fonte de energia limpa e renovável, ela oferece diversos benefícios para as empresas.

Ao usar a energia solar, os empreendimentos não ficam sujeitos às bandeiras tarifárias acionadas na geração pelas hidrelétricas, o que ocorre em período de seca e pode influenciar o preço da energia, por exemplo. Assim, além de não correr o risco de apagão, a empresa não sofre impacto na conta e garante mais previsibilidade no orçamento.

Outra vantagem é o ganho de imagem: com as preocupações relacionadas ao clima, consumidores de diferentes segmentos — sejam pessoas, sejam empresas — têm priorizado os serviços e produtos oferecidos por empresas que demonstram preocupação com a agenda climática.

A energia solar é um importante diferencial nesse sentido: afinal, o sol é um recurso inesgotável na natureza e a geração de energia fotovoltaica não emite gases do efeito estufa, contribuindo para frear o aquecimento global e as graves consequências desse fenômeno.

Aliás, segundo o Balanço Energético Nacional 2023, publicado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a energia solar já representa 4,4% da matriz elétrica brasileira e cresce em ritmo acelerado: de 2021 para 2022, a geração aumentou 79,8%, o maior índice entre todas as fontes de energia.

E o melhor é que as empresas que desejam usar a energia solar não precisam, necessariamente, ter espaço ou recursos financeiros para instalar um sistema fotovoltaico. Isso porque o mercado livre de energia oferece todos os benefícios da energia solar de forma prática e econômica.

De acordo com a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), 80% da energia consumida nas indústrias, por exemplo, já é proveniente do mercado livre. A associação também aponta que a redução de preços nessa modalidade é de 69%.

Na prática, as empresas podem contratar a energia solar de empreendimentos que geram o recurso, como a EDP. A contratação é fácil e sem burocracia, e a economia na conta de luz pode chegar a 20%, dependendo das características do negócio.