A energia geotérmica, proveniente do calor interno da Terra, representa uma fonte inesgotável e limpa de energia.
Ao aproveitar o calor natural do planeta, essa tecnologia oferece uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Acompanhe o artigo até o final para saber em detalhes o funcionamento da energia geotérmica, seus benefícios, desafios e o potencial para transformar o cenário energético global.
A energia geotérmica é uma forma de energia renovável que é gerada a partir do calor armazenado no interior da Terra.
Esse calor é uma consequência dos processos geológicos naturais, como a desintegração radioativa de minerais e o calor residual da formação do planeta.
Em determinadas áreas do planeta, o calor da Terra é mais acessível devido a fenômenos como vulcanismo, atividade tectônica e presença de águas subterrâneas aquecidas.
Esse calor pode ser aproveitado de diversas maneiras, seja para gerar eletricidade em usinas geotérmicas, seja para aquecer edifícios, estufas e até mesmo piscinas.
A energia geotérmica é considerada uma fonte inesgotável porque o calor interno da Terra é continuamente regenerado, tornando-a uma opção confiável e estável de energia a longo prazo.
Além disso, essa fonte de energia tem a vantagem de ser praticamente livre de emissões de carbono, contribuindo para a redução do impacto ambiental das atividades humanas.
O interior do nosso globo é composto por um núcleo e magma, com temperaturas extremamente quentes, que vão de 2.000 °C a 6.000 °C em sua camada mais profunda.
Processos físicos e químicos, como as correntes de convecção do magma, a intrusão magmática e o decaimento radioativo, transferem parte desse calor para as rochas e corpos d'água, como aquíferos, em determinadas regiões do planeta.
A água superaquecida no subsolo pode emergir na superfície de várias maneiras, como por meio de gêiseres, saídas de vapor, minas e lagos de água termal. Essas fontes de água aquecida são fundamentais para o aproveitamento da energia geotérmica de diferentes formas.
O principal uso da energia geotérmica é a geração de eletricidade, que ocorre em usinas geotérmicas localizadas próximas a corpos de água termal ou de vapores superaquecidos.
O processo começa com a perfuração de poços para extração de vapor ou água quente do subsolo. Quando a água é extraída, a diferença de pressão entre o subsolo e a superfície faz com que ela se transforme em vapor.
Esse vapor é então conduzido por um sistema de tubos, chamado vaporduto, até um segundo compartimento onde estão localizadas as turbinas.
O vapor aciona as turbinas, convertendo a energia térmica em energia mecânica. O movimento das turbinas, por sua vez, aciona um gerador, onde a energia mecânica é transformada em eletricidade.
Após passar pelo processo, o vapor d'água é resfriado, condensado e reintroduzido no subsolo, garantindo a sustentabilidade do sistema.
Além da geração de eletricidade, a energia geotérmica pode ser utilizada para o aquecimento e resfriamento direto de residências e edificações. Isso é feito por meio de um sistema de canos em formato de U, instalados no subsolo.
Nesses canos, circula água ou outro líquido refrigerador, que realiza a transferência de calor entre as fontes geotermais e o interior dos imóveis.
No inverno, o sistema transfere calor do subsolo para aquecer o imóvel, no verão, o processo é invertido, removendo calor do imóvel para resfriá-lo.
A energia geotérmica ainda é pouco explorada no Brasil. Ao contrário de outros países, onde a exploração geotérmica é significativa, como Islândia, Estados Unidos e Filipinas, o Brasil não possui um grande potencial geotérmico para a geração de eletricidade.
Isso se deve principalmente à sua geologia, que não apresenta muitas áreas de encontro entre placas tectônicas, locais onde o calor da Terra é mais acessível.
No país, as fontes geotérmicas estão majoritariamente situadas em áreas de bacias sedimentares. A exploração dessas fontes, no entanto, tem sido mais associada ao lazer e à recreação do que à geração de eletricidade ou a atividades econômicas, como na indústria ou na agricultura.
Cidades como Caldas Novas, em Goiás, e Poços de Caldas, em Minas Gerais, são exemplos de locais onde as fontes geotermais são utilizadas principalmente para fins recreativos, como em spas e resorts, que aproveitam as águas termais aquecidas naturalmente para atrair turistas.
Apesar de seu uso limitado, o Brasil possui algum potencial geotérmico, principalmente para aplicações não elétricas, como aquecimento direto. Os estados de Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins apresentam áreas com características geológicas que poderiam ser exploradas economicamente.
No entanto, a ausência de políticas públicas e incentivos específicos para o desenvolvimento da energia geotérmica, além da falta de investimentos em pesquisa e tecnologia, limita o avanço dessa fonte de energia no país.
Apesar de ser uma alternativa interessante para a diversificação da matriz energética, ela apresenta tanto vantagens quanto desvantagens que devem ser consideradas antes de sua adoção.
Os principais pontos positivos e negativos dessa fonte de energia são:
Energia limpa e sustentável: a energia geotérmica é uma fonte limpa, pois não resulta na emissão de gases poluentes para a atmosfera. Isso a torna uma excelente opção para combater o aquecimento global, já que sua operação não contribui para o aumento da temperatura média do planeta.
Fonte renovável e abundante: como é derivada do calor interno da Terra, a energia geotérmica é considerada renovável. Ela está disponível em abundância e não se esgotará em um futuro próximo, proporcionando uma fonte contínua de energia.
Funcionamento contínuo: diferente de outras fontes renováveis, como a solar e a eólica, as usinas geotérmicas podem operar ininterruptamente, pois não dependem de fatores externos como luz solar, vento ou condições climáticas específicas. Isso garante um fornecimento estável de energia.
Menor impacto territorial: as usinas geotérmicas requerem menos espaço para sua construção em comparação com outras fontes de energia, como hidrelétricas ou fazendas solares. O impacto ambiental e sobre as comunidades locais tende a ser menor.
Baixo custo operacional: após a instalação, os custos de operação e manutenção das usinas geotérmicas são relativamente baixos. O principal investimento é na infraestrutura inicial, mas, uma vez instalada, a usina pode operar por décadas com poucos custos adicionais.
Alta produtividade: a energia geotérmica é altamente produtiva em comparação com algumas outras fontes de energia, podendo gerar uma quantidade significativa de eletricidade de forma consistente.
Impacto no substrato: a instalação de usinas geotérmicas pode causar fraturas no solo e nas rochas, além de levar ao afundamento da área onde a usina opera. Isso representa um risco geológico que precisa ser monitorado e gerido.
Aquecimento da superfície: o calor liberado durante a operação das usinas pode aquecer os terrenos próximos, o que exige que essas instalações sejam localizadas em áreas mais afastadas para evitar impactos negativos nas comunidades locais e no meio ambiente.
Tremores de terra: a perfuração necessária para acessar as fontes geotérmicas pode causar pequenos tremores de terra, o que pode ser um problema em áreas urbanas ou densamente povoadas.
Altos custos de instalação: o custo inicial para a instalação de usinas geotérmicas é elevado, especialmente em regiões onde o calor da Terra está a grandes profundidades. Isso pode limitar a viabilidade econômica desse tipo de energia em algumas áreas.
Poluição sonora: a perfuração dos poços e a instalação da infraestrutura geotérmica podem gerar ruídos elevados, o que pode ser perturbador para as comunidades próximas e para a vida selvagem.
Risco de poluição hídrica: o processo de geração de energia geotérmica pode resultar na poluição dos solos e das águas se a água extraída do subsolo, que pode conter substâncias tóxicas como dióxido de enxofre, for liberada sem tratamento adequado.
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Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis.
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