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Sex. 17 de janeiro de 2025

ENERGIA SOLAR
Data de publicação: 05/12/2024

Sem dúvidas, a geoengenharia solar é uma abordagem que tem ganhado destaque nas discussões sobre mudanças climáticas, visto que oferece possibilidades promissoras para reduzir os efeitos do aquecimento global.  

Assim, a geoengenharia solar surge como uma das estratégias propostas, utilizando tecnologias inovadoras que visam refletir parte da radiação solar de volta ao espaço.  

Embora essa área ainda seja relativamente nova no âmbito da sustentabilidade, pesquisas já a apontam como uma ação complementar na proteção do meio ambiente e na preservação dos recursos naturais. Quer saber como? Então, continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre o tema! 

O que é Geoengenharia solar?

Geoengenharia solar é uma técnica que busca reduzir o aquecimento global ao refletir parte da radiação solar de volta ao espaço.

Esse processo é feito por meio de intervenções tecnológicas na atmosfera, como a injeção de partículas reflexivas ou a criação de nuvens artificiais. 

Aqui, o objetivo é diminuir a quantidade de calor que chega à superfície da Terra, ajudando a reduzir os efeitos das mudanças climáticas. 

Como funciona a Geoengenharia solar?

A geoengenharia solar funciona por meio de diferentes técnicas para reduzir a quantidade de radiação solar que atinge a Terra, ajudando a, de certa forma, controlar o aquecimento global.

Um dos métodos mais estudados é a injeção de aerossol estratosférico (SAI), que envolve a pulverização de substâncias como carbonato de cálcio na estratosfera, a cerca de 20 km acima da superfície terrestre. A ideia é que essas partículas reflitam parte da luz solar de volta ao espaço, diminuindo as temperaturas globais. 

De acordo com uma publicação da Nature Magazine, essa técnica foi inspirada por eventos naturais, como a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. Na época, o vulcão liberou milhões de toneladas de dióxido de enxofre na atmosfera, formando uma camada de partículas que resfriou a Terra em cerca de 0,5 °C durante 18 meses. 

Além da injeção de aerossóis, outras formas de geoengenharia solar incluem: 

  • espelhos orbitais: seriam posicionados no espaço para desviar parte da radiação solar; 

  • branqueamento de nuvens: uma técnica que visa tornar as nuvens marinhas mais reflexivas ao aumentar sua concentração de gotículas de água salgada, ajudando a refletir a luz solar para fora do planeta.

Lembrando que, essas estratégias continuam sendo exploradas como formas potenciais de mitigar o aquecimento global enquanto soluções definitivas, como a redução de emissões, são implementadas.

Qual é a sua importância na redução das mudanças climáticas?

Conforme vimos, a geoengenharia traz uma abordagem alternativa e inovadora para lidar com o aquecimento global e suas consequências. Abaixo, estão algumas das principais razões que explicam sua importância na redução das mudanças climáticas:   

  • redução das temperaturas globais: ao refletir parte da radiação solar, a técnica ajuda a diminuir o aquecimento da Terra, ou seja, reduz o aumento das temperaturas em escala global, o que pode minimizar os efeitos do derretimento das calotas polares e evitar a elevação dos níveis do mar, protegendo áreas costeiras vulneráveis;

  • alívio temporário: pode proporcionar uma solução temporária enquanto medidas de longo prazo, como a redução de emissões, são implementadas.

  • incentivos fiscais e subsídios: governos frequentemente oferecem incentivos para empresas que adotam práticas sustentáveis, como isenções fiscais, subsídios e até mesmo descontos, o que contribui para reduzir os custos de implementação; 

  • proteção de ecossistemas vulneráveis:  ao controlar o aquecimento, pode auxiliar na preservação de regiões sensíveis, como os polos e os recifes de corais. 

  • complemento às políticas atuais: pode atuar junto às iniciativas de redução do carbono para acelerar os resultados. 

  • prevenção de fenômenos climáticos extremos: contribui para a redução de eventos climáticos intensos, como ondas de calor e secas.  

Ao diminuir as temperaturas globais, a geoengenharia solar pode mitigar a frequência e a intensidade de fenômenos como ciclones, inundações e secas prolongadas, evitando catástrofes humanitárias e perdas econômicas severas. 

Quais são os riscos da Geoengenharia solar?

Apesar de promissora, ela ainda é relativamente nova, e por isso, pode apresentar riscos que devem ser considerados com muita cautela. Vamos conferir quais são eles! 

Imprevisibilidade

A manipulação do clima terrestre pode ter consequências ambientais inesperadas. A injeção de aerossóis na estratosfera, por exemplo, pode alterar padrões climáticos de maneiras difíceis de prever, resultando em desequilíbrios ecológicos.  

A longo prazo, essa técnica também pode danificar a camada de ozônio, essencial para a proteção contra a radiação ultravioleta.

Além disso, o impacto no ciclo hidrológico pode causar secas severas em algumas regiões e precipitações extremas em outras, aumentando os riscos de desastres naturais. 

Riscos sociais e políticos

A implementação da geoengenharia solar pode gerar tensões entre países, especialmente se for adotada unilateralmente. Nações que dependem de setores agrícolas ou econômicos sensíveis ao clima podem sofrer prejuízos, levando a conflitos diplomáticos.  

Além disso, a falta de consenso internacional pode resultar em disputas sobre a governança global do clima, complicando as relações geopolíticas e levando a desigualdades no acesso e controle dessa tecnologia. 

Dependência

Uma preocupação é que a geoengenharia solar possa criar uma dependência tecnológica prolongada. Isso poderia desviar os esforços de soluções mais sustentáveis e duradouras, como a redução das emissões de gases de efeito estufa.  

Manter o equilíbrio climático por meio de intervenções artificiais pode se tornar uma "muleta", retardando a transição para práticas ecológicas e renováveis que atacam a raiz das mudanças climáticas. 

Impactos desconhecidos na saúde

A injeção de partículas na estratosfera pode ter efeitos colaterais na saúde humana. Embora a técnica vise a estratosfera, partículas aerossóis podem se espalhar e alcançar a troposfera, afetando a qualidade do ar.  

Isso pode agravar problemas respiratórios e causar outros impactos na saúde, especialmente em regiões já vulneráveis a poluição atmosférica. 

Aumento de custos

A geoengenharia solar é uma tecnologia dispendiosa, ou seja, que exige altos investimentos em pesquisa, implementação e manutenção.

O custo elevado pode limitar sua aplicação global, especialmente em países em desenvolvimento.  

Além disso, esses gastos podem comprometer o financiamento de soluções climáticas mais acessíveis e sustentáveis, tornando-se um obstáculo à adoção de medidas mais inclusivas para combater as mudanças climáticas.

Geoengenharia x Energia solar

Apesar de ser uma técnica relativamente nova e que ainda demanda pesquisa e prática, a geoengenharia solar apresenta grandes desafios, especialmente pelos riscos mencionados anteriormente.  

A manipulação climática por meio da injeção de partículas na estratosfera pode gerar efeitos ambientais imprevisíveis, comprometendo a camada de ozônio e alterando o equilíbrio do clima global.  

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Verena Greco

Este conteúdo foi produzido por Verena Greco .

Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden –  University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar. 

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