A energia limpa traz vantagens para você e para o planeta. Entenda o porquê, conheça as principais opções e descubra a diferença delas para as fontes renováveis!
Em abril de 2023, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em entrevista que, em breve, o Brasil pode ter o maior programa de energia limpa do planeta. Essa declaração veio junto ao anúncio de novos mecanismos para estimular a produção e a distribuição de eletricidade sustentável, buscando aproveitar os recursos naturais presentes em abundância no país para disseminar uma energia limpa e acessível.
Ao lado das iniciativas do Governo, o crescimento do Mercado Livre de Energia também chama a atenção. Além de benefícios financeiros, esse novo modelo de compra de eletricidade permite que o consumidor escolha com quais fontes vai abastecer a casa, empresa ou indústria.
Mas essa decisão pode não ser tão fácil. Perguntas como o que é energia limpa, quais são as opções disponíveis e como elas podem trazer benefícios precisam ser esclarecidas antes da escolha final.
A fim de responder a essas e outras questões, preparamos aqui um conteúdo completo sobre as fontes de energia limpa. Continue a leitura e confira!
As energias limpas são aquelas que não emitem poluentes na atmosfera e não causam impactos em grande escala ao meio ambiente em seu processo de geração, distribuição e uso. Essas alternativas promovem a preservação dos recursos naturais, a proteção da biodiversidade e a redução da dependência de recursos não renováveis, como o petróleo e o carvão.
Uma das grandes vantagens de optar por energias limpas é que, diferentemente dos combustíveis fósseis, elas não contribuem para o agravamento das mudanças climáticas. Assim sendo, permitir que sistemas dependentes de energia funcionem sem poluir ajuda a combater o desequilíbrio causado pelo efeito estufa, o que é essencial para garantir a qualidade de vida das próximas gerações.
Investir em energias que não poluem também é benéfico a curto prazo, já que ajuda a manter o ar das cidades mais limpo e com índices reduzidos de gases tóxicos.
As energias renováveis são fontes energéticas que não acabam ou se reabastecem rapidamente. Embora muitas vezes sejam consideradas limpas, uma fonte renovável pode não ser limpa, assim como uma fonte limpa pode não ser renovável.
A água dos rios, usada na geração de energia hidrelétrica, e a radiação solar, que é a base da energia solar, são dois exemplos de energia limpa e renovável. Nesse sentido, o sol ressurge todos os dias no céu e o ciclo de chuvas sempre renova as reservas de água nos rios.
Por outro lado, o biogás e o biodiesel são geradores de energia renovável, mas seu uso depende de um processo de combustão que emite gases poluentes. Portanto, essas fontes não se enquadram na definição de energia limpa.
Com altos índices de radiação solar e de regiões repletas de vento e água, o Brasil se destaca na geração de energia hidrelétrica, solar e eólica. Porém, a abundância desses e de outros recursos possibilita ainda a incorporação de outras opções que aproveitam, por exemplo, o calor que vem do centro da Terra e elementos nucleares.
A energia eólica é a terceira fonte limpa mais utilizada no Brasil. Baseada na força dos ventos, essa alternativa permite o uso de um recurso inesgotável e que não emite poluentes em nenhuma etapa do processo.
Para que isso seja possível, são utilizados aerogeradores — equipamentos semelhantes a ventiladores instalados em torres de até 150 metros. À medida que o vento gira as pás dos geradores, isso produz energia cinética, ou seja, movimento. Quanto maior a velocidade dos ventos, maiores são os níveis de energia produzidos.
A energia cinética é, então, transferida para sistemas especiais de conversão que transformam o movimento em eletricidade.
Segundo matéria publicada no site da Agência Brasil, a energia hidrelétrica, ou hídrica, lidera o pódio energético nacional e representou 73,6% da geração brasileira em 2022. Essa opção se baseia na captura da força das águas armazenadas em rios ou reservatórios e em sua utilização para mover turbinas, o que gera energia cinética.
Essa energia é transformada, então, em eletricidade e distribuída para a rede elétrica por meio de cabos e fios.
As condições climáticas, como a seca e as chuvas, têm uma influência direta nos preços da energia hidrelétrica. Como o cerne dessa produção é a disponibilidade de água, irregularidades no clima, como alterações nos regimes de chuvas, por exemplo, podem reduzir o fluxo de água nas usinas e, assim, afetar sua capacidade de geração.
Essa diminuição pode levar ao aumento dos preços da energia elétrica, refletindo na oferta e na demanda de eletricidade no mercado.
A energia hidrelétrica é um tipo de energia hidráulica, ou seja, que funciona a partir da força exercida pela água. No entanto, além de produzir eletricidade, a energia hidráulica pode ser aplicada para mover moinhos, transportar resíduos em estações de tratamento e esgoto, ativar sistemas de bombeamento e irrigação, entre outros.
Segundo matéria do portal G1, a transformação da luz do sol em energia é a segunda fonte energética mais utilizada no Brasil atualmente. Entre diversas opções, a principal forma de aproveitamento dessa energia são os mecanismos fotovoltaicos.
Para obter a energia fotovoltaica, grandes painéis de materiais que captam a luz do sol são instalados em telhados, no chão ou em estruturas flutuantes. Ao serem iluminadas pelo sol, pequenas partículas dentro das placas se agitam e produzem energia sem liberar nenhum poluente. Essa energia é convertida em eletricidade e distribuída para o sistema elétrico.
A energia geotérmica — proveniente do calor gerado no centro da Terra — vem sendo explorada pelo homem há várias décadas. No entanto, a aplicação em larga escala e a utilização dessa fonte para produzir eletricidade é uma alternativa relativamente nova, ainda que conte com grande potencial.
Para obter a energia geotérmica, o chão próximo de áreas com atividades vulcânicas ou placas tectônicas em movimento é perfurado. Nessas regiões, o calor do centro da terra está próximo da superfície e é mais fácil de ser acessado.
Nos buracos construídos, injeta-se água, que retorna para a superfície na forma de vapor. O vapor, então, corre em tubos até turbinas e geradores, onde seu movimento é convertido em energia elétrica.
A energia maremotriz, assim como a hidráulica e a hidrelétrica, é baseada na força das águas para produzir eletricidade. A diferença é que, nesse caso, as instalações captadoras estão localizadas nos mares e oceanos.
Conforme a maré sobe, desce ou apresenta ondas, grandes torres subaquáticas têm suas hélices movidas e encaminham a força da movimentação para turbinas e conversores, que geram eletricidade limpa e renovável.
A energia nuclear, ou atômica, gera controvérsias quanto a seu caráter de energia limpa. Ela é obtida pela indução de explosões controladas de materiais radioativos, como o urânio e o tório, que não são renováveis. As explosões criam calor e vapor, que podem ser transformados em eletricidade.
Apesar de não emitirem gases do efeito estufa, as fontes de energia nuclear podem gerar resíduos radioativos perigosos para o meio ambiente. Caso, por acidente, esses resíduos sejam liberados, podem comprometer a integridade do meio ambiente e a saúde da população nas proximidades.
As energias limpas — em especial aquelas que também são renováveis — são ótimas alternativas para transformar o modelo de consumo energético em uma matriz responsável ecologicamente e sustentável a longo prazo. Livres da emissão de gases do efeito estufa, poluentes e toxinas, essas opções alimentam o desenvolvimento, disponibilizam energia para locais que antes não tinham acesso e, ao mesmo tempo, cuidam do planeta.
Segundo matéria publicada no site do Governo Federal, o Brasil registrou, no primeiro semestre de 2023, a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos. Nesse período, mais de 90% da geração energética nacional foi obtida de fontes hidráulicas, eólicas, solares e de biomassa, mostrando o potencial que essas fontes têm para suprir as necessidades energéticas de um país com as dimensões do Brasil.
Ainda segundo a matéria, os resultados positivos refletem um aumento nos investimentos nessas áreas, em especial, na ampliação da distribuição das tecnologias solares e eólicas. Dos 119 bilhões de reais que devem ser direcionados para impulsionar a geração de energias limpas e aumentar a participação dessas fontes na matriz nacional, cerca de 71,4 bilhões de reais — ou 60% do total — devem ser investidos nas fontes solar e eólica, tidas como “os principais vetores da expansão renovável no Brasil”.
O grande destaque para a geração solar — a segunda maior produção do país — se deve, entre outros motivos, à alta incidência de radiação solar em diversas regiões do país, cujo território se localiza, em boa parte, em uma área tropical. Essas taxas permitem que a geração solar seja uma promessa de produção elétrica sustentável e inesgotável, o que ajuda a garantir um abastecimento elétrico verde e eficiente para as futuras gerações.
Junto às ações do Governo Federal e do Ministério de Minas e Energia, a popularização do Mercado Livre de Energia no Brasil também é um dos grandes aliados da escolha por fontes limpas e renováveis, incluindo a energia solar.
Nesse modelo, é o cliente quem decide de quem quer comprar energia e de quais fontes quer consumir, o que possibilita incorporar, por exemplo, a geração elétrica baseada na energia do sol como a principal fonte em empresas e estabelecimentos comerciais. O mecanismo também permite que o consumidor negocie valores e invista em produtores sustentáveis.
Tanto consumidores residenciais como grandes negócios, fábricas e indústrias podem se beneficiar ao consumir fontes limpas por meio do Mercado Livre de Energia. Empresas comprometidas com os princípios da agenda ESG, por exemplo, podem adotar esse mecanismo como parte de suas iniciativas para aumentar a sustentabilidade da produção, aplicando a preocupação socioambiental na sua conta de luz.
Ainda segundo a matéria publicada na Agência Brasil, a matriz energética nacional é, atualmente, composta principalmente pela energia hidráulica e acompanhada de longe pelas fontes eólica e solar.
No entanto, o conteúdo disponível no site gov.br mostra que as apostas do Governo Federal para os próximos anos devem ser direcionadas, principalmente, para a geração solar e eólica, opções com baixo impacto ambiental, custos cada vez menores e que podem fortalecer ainda mais o mercado de energias limpas nacional.
Essas e outras formas de energia apresentam inúmeras vantagens, mas também têm limitações — o regime de ventos interfere na produção eólica e o ciclo de chuvas, na hidráulica, por exemplo. Sendo assim, além de apostar em alternativas sustentáveis ambiental e economicamente, também é preciso investir na diversificação — ou seja, na utilização de mais de uma fonte de energia.
É possível combinar, por exemplo, uma matriz focada na eletricidade solar, em plena expansão, mas equipada com sistemas hidráulicos e eólicos para suprir eventuais demandas extras ou momentos de baixa produção.
Diversificar a matriz energética ajuda a evitar falhas no abastecimento em períodos de escassez de uma das fontes, já que as demais podem ser ativadas. Além disso, ajuda a diminuir a dependência de um só sistema, aliviar a pressão atual sobre as usinas hidrelétricas e dar início a um processo de reequilíbrio ambiental.
A EDP é sua parceira na busca por soluções sustentáveis e fontes de energia limpa. Então, aproveite que está por aqui e leia este outro artigo que mostra tudo o que você queria saber sobre o mercado livre de energia e tinha vergonha de perguntar!
Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
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