Um dos grandes desafios atuais em relação à preservação do meio ambiente é encontrar maneiras de suprir as necessidades energéticas das atividades humanas causando menos impactos negativos. Nesse sentido, o uso de fontes de energia limpas e renováveis, como a energia solar, tem se provado fundamental.
Para entender melhor quais as relações entre energia solar e meio ambiente, continue conosco nesta leitura!
A energia solar é o resultado da produção de energia térmica ou elétrica a partir das radiações do sol, e pode ser produzida por três diferentes sistemas:
energia solar térmica: captação do calor do sol para gerar energia térmica;
energia heliotérmica: captação do calor do sol para gerar energia elétrica;
energia solar fotovoltaica: captação da energia luminosa do sol para gerar energia elétrica.
Todos os sistemas têm em comum a utilização de painéis solares que captam os raios do sol para a produção de energia, entretanto cada tipo de energia solar traz vantagens e desvantagens para o meio ambiente e tem um funcionamento específico.
A energia solar térmica é o sistema mais simples, no qual o calor do sol é captado por painéis cujo papel é transferir esse calor aquecendo reservatórios de água ou óleo que, por sua vez, serão utilizados também como fonte de calor.
Esse sistema também é conhecido como sistema de aquecedor solar e é muito utilizado para aquecer água de chuveiros e piscinas em residências ou hotéis, por exemplo. Entretanto, como a energia não é armazenada, uma desvantagem desse sistema é a grande dependência da incidência solar constante, além de não produzir eletricidade.
Já no sistema heliotérmico, ou termossolar, o calor captado pelos painéis solares fica concentrado para aquecer fluidos cujo vapor movimentará turbinas que gerarão energia elétrica — ou seja, primariamente esse sistema também gera energia térmica e exige um sistema secundário para a produção de eletricidade.
Por fim, o sistema de energia solar fotovoltaico utiliza painéis especiais, chamados de painéis solares fotovoltaicos, produzidos com materiais semicondutores que, ao receberem a luz solar, têm suas micropartículas agitadas, gerando energia cinética que é diretamente convertida em energia elétrica, dispensando uma segunda etapa para a produção.
Dentre as muitas vantagens da energia solar, destaca-se a indicação de que ela pode ser o caminho para reduzir o aquecimento global, já que se trata de uma fonte de energia limpa e renovável — ou seja, não emite os poluentes que geram esse fenômeno que está no centro das aceleradas mudanças climáticas que o planeta vem sofrendo.
Confira, a seguir, as relações entre energia solar e os benefícios para o meio ambiente.
Os gases do efeito estufa (GEE) são, de fato, os grandes vilões das mudanças climáticas, pois se acumulam na atmosfera e criam uma densa camada que aumenta a retenção da radiação solar na superfície da Terra, elevando a sua temperatura a níveis anormais.
Esses gases são emitidos, em grande parte, pela queima de combustíveis fósseis para a geração de energia e, portanto, a energia solar é uma grande aliada contra esses impactos negativos, já que sua emissão de GEE é baixíssima.
Para ter uma ideia, um estudo publicado no periódico Nature Energy, em 2017, demonstra que a pegada de carbono gerada pela energia solar é de cerca de 6 gramas de CO2 equivalente por quilowatt-hora (gCO2e/kWh), enquanto o carvão emite uma média de 109 gCO2e/kWh e o gás natural, 78 gCO2e/kWh.
Além da baixa emissão de poluentes, a energia solar não consome grandes quantidades de recursos naturais e não produz excesso de resíduos. Uma comparação rápida pode ser feita com a geração em usinas termoelétricas, que além de utilizarem combustíveis fósseis e emitirem GEE em larga escala, ainda gastam grandes quantidades de água no processo de produção de energia.
Assim, direta e indiretamente, a produção de energia solar está relacionada ao consumo consciente de recursos ambientais, demonstrando ser uma solução energética significativamente mais sustentável.
Segundo dados de 2019 presentes nas estatísticas energéticas da ONU em 2022, a matriz energética mundial ainda é majoritariamente proveniente dos combustíveis fósseis — petróleo, carvão e gás natural somam 82% do total das fontes utilizadas no mundo todo —, o que demonstra a grande dependência energética que ainda temos dessas fontes.
E, embora a matriz elétrica brasileira tenha uma participação significativa de fontes renováveis em relação a muitos outros países, as hidrelétricas ainda são as maiores produtoras da nossa energia — um sistema que, apesar de renovável, traz consigo diversos outros impactos ambientais.
Portanto, mais uma vez a energia solar sai à frente quando falamos em diminuir a dependência mundial dos combustíveis fósseis, contribuindo de maneira mais eficiente para a descarbonização do planeta, ou seja, para a diminuição das emissões de CO2 no mundo todo.
Outra grande vantagem da energia solar é a possibilidade de produção de energia pelos próprios consumidores em processos de micro ou minigeração, graças ao sistema de geração distribuída (GD) de energia, criado em 2012 pela ANEEL.
Nesse sistema, é possível instalar painéis solares em menor escala, como em telhados residenciais para consumo próprio, ou mesmo em condomínios solares, quando um grupo de pessoas físicas ou jurídicas se une para a criação de um sistema próprio de geração de energia solar.
Assim, a geração distribuída acaba sendo um sistema de alta eficiência energética, causando menos impactos ambientais ao mesmo tempo que supre as demandas de energia em diversas atividades com maior economia e autonomia para o consumidor.
Segundo dados da IEA (Associação de Energia Internacional), a geração de energia solar fotovoltaica atingiu a marca recorde de 1.300 terawatt-hora (TWh) em 2022, sendo o maior crescimento absoluto de geração de todas as tecnologias renováveis no ano, ultrapassando a energia eólica pela primeira vez na história.
Com isso, a energia solar gera maior estímulo a inovações tecnológicas voltadas à aplicação de fontes sustentáveis no consumo de energia, contribuindo com novas pesquisas e processos voltados a diminuir os impactos negativos da produção energética no meio ambiente.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU foram adotados pela instituição em 2015 como um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
Dito isso, o sétimo ODS consiste em proporcionar energia limpa e acessível para todos, por meio do acesso a fontes de energia confiáveis, sustentáveis e modernas. Não por acaso, o símbolo que ilustra esse objetivo é um sol — afinal, a energia solar engloba todas essas características.
Atualmente, as exigências do mercado e dos consumidores em relação à responsabilidade das empresas com a sustentabilidade ambiental torna imprescindível a adoção de políticas e ações sustentáveis, e, nesse sentido, o uso de energias renováveis é uma das principais maneiras de tornar a sua empresa mais verde.
Considerando isso, a energia solar, especificamente, traz ainda outras vantagens para o desenvolvimento sustentável das empresas:
redução de custos de até 95% nas contas de energia;
diminuição da pegada de carbono da empresa;
melhoria da imagem perante os consumidores e o mercado;
maior competitividade;
benefícios tributários;
prioridade em licitações e concorrências.
Como você viu, a energia solar fotovoltaica traz diversos benefícios para o meio ambiente, pois além de ser uma fonte limpa e renovável, ainda garante maior eficiência energética e estimula novas tecnologias voltadas para a sustentabilidade.
Por isso, é um dos sistemas de energia que mais vem crescendo no mundo inteiro, em consonância com programas internacionais de ações para a sustentabilidade, como os ODS da ONU, e além de beneficiar o planeta, também traz diversas vantagens para os custos operacionais, a imagem e a relevância das empresas.
A EDP está há mais de 20 anos levando sustentabilidade para as empresas brasileiras, com diversas soluções em energia solar. Leia também o nosso artigo sobre como funciona a energia solar por assinatura e saiba mais sobre o assunto!
Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis.
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