A energia é uma das principais forças que movimentam a sociedade e o desenvolvimento. As chamas de um fogão, o movimento de um carro, a tela do celular e os sistemas de aquecimento, por exemplo, não poderiam funcionar sem um processo de obtenção, transformação, transporte e aplicação da energia. Os recursos que fornecem essa força, seja na forma de calor, seja como movimento, são chamados de fontes de energia.
A luz do sol, a força das águas, o vento e o petróleo são só algumas das opções possíveis para obter energia. Mas o que essas alternativas têm em comum e quais são suas diferenças? Como é possível escolher a que mais se adequa às necessidades energéticas de uma região?
Essas e outras perguntas ainda movimentam os debates sobre o tema tanto em conversas informais quanto em sessões decisivas para a formulação de políticas públicas.
Pensando nisso, reunimos aqui informações importantes sobre as principais fontes de energias renováveis e não renováveis, incluindo também explicações sobre a necessidade de apoiar a transição energética para uma matriz mais limpa e os benefícios da diversificação de fontes. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
As fontes de energia são todos os recursos que podem ser utilizados para gerar energia em diversas formas, como eletricidade ou aquecimento.
Elas desempenham um papel crucial na sociedade moderna, uma vez que a eletricidade gerada a partir dessas fontes alimenta aparelhos eletrônicos, equipamentos de iluminação, refrigeração e aquecimento, além de impulsionar a produção industrial e possibilitar a locomoção dos meios de transporte.
As fontes de energia são divididas em dois grupos: as renováveis e as não renováveis.
As fontes de energia não renováveis são aquelas obtidas a partir de recursos finitos, ou seja, cujo estoque no planeta pode acabar. Além de seu caráter esgotável, a geração e a utilização de energia não renovável é responsável por grande parte das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), poluentes que contribuem para a aceleração do aquecimento global e a intensificação das mudanças climáticas.
O petróleo é uma das fontes energéticas não renováveis de mais ampla utilização em todo o mundo. Esse recurso é gerado a partir da decomposição da matéria orgânica ao longo de milhares de anos, sob condições específicas de pressão e calor, e se deposita em reservas no subsolo até sua extração.
Após ser retirado da natureza, é usado principalmente para produzir combustíveis automotivos (diesel e gasolina) e alimentar sistemas de aquecimento. Apesar de sua alta eficiência na produção energética, a queima do petróleo, necessária para esse fim, é uma das maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa no planeta e contribui em larga escala para a intensificação das mudanças climáticas.
Junto às reservas de petróleo, por vezes, é possível encontrar o gás natural. Esse recurso finito também é fruto da decomposição de plantas e animais e pode ser aplicado como gás de cozinha ou combustível para veículos, por exemplo. Assim como o petróleo, o gás natural é um grande emissor de gases poluentes nocivos para a atmosfera terrestre.
Um dos combustíveis fósseis mais abundantes no mundo é o carvão mineral. Esse material é obtido a partir da decomposição de restos de plantas e árvores e, mesmo tendo sido uma das primeiras fontes energéticas usada pela humanidade, ainda representa uma boa porcentagem da matriz energética mundial.
O uso de carvão como fonte de energia depende da queima desse material. O processo gera reações químicas que resultam na liberação de poluentes como o dióxido de carbono, um dos gases com maior papel no agravamento do efeito estufa.
Induzir a explosão de materiais radioativos, como o urânio e o tório, de forma controlada também pode gerar energia utilizável. Isso acontece porque a explosão gera calor, que, por sua vez, cria vapor e alimenta turbinas e geradores de energia.
Diferentemente do que acontece com os combustíveis fósseis, a energia nuclear — ou atômica — não libera quantidades significativas de gases estufa. No entanto, apresenta inúmeros riscos de acidentes nucleares que podem causar mortes ou prejudicar permanentemente o ambiente no entorno.
As fontes de energia renováveis são aquelas baseadas em recursos que não acabam ou se renovam naturalmente de forma cíclica em pouco tempo no planeta. De forma geral, essas fontes são alternativas abundantes e relativamente fáceis de acessar, como a luz do sol, os ventos e a matéria orgânica que sobra durante a agricultura.
Outra grande vantagem das fontes de energia renováveis é que elas costumam ser ecologicamente sustentáveis e limpas, ou seja, não trazem grandes prejuízos para o planeta e não emitem quantidades significativas de gases poluentes. Sendo assim, são alternativas interessantes tanto do ponto de vista ecológico como econômico e social.
O sol é a fonte de energia renovável com maior disponibilidade no planeta Terra. Todos os dias, ao amanhecer, a luz e o calor que esse astro emite podem ser captados por grandes estruturas que convertem esses recursos em energia elétrica ou térmica. Essas podem então ser utilizadas para mover equipamentos elétricos ou aquecer água, por exemplo.
A geração de energia solar não emite gases do efeito estufa, o que colabora para um desenvolvimento responsável e que considera a saúde do planeta. Atualmente, essa é uma das fontes energéticas renováveis mais usadas em todo o mundo e, devido à sua facilidade de aplicação e alta disponibilidade, pode ser escolhida como fonte de eletricidade alternativa em locais distantes, que não são atendidos pelas distribuidoras tradicionais.
Outra opção de energia limpa e renovável é a energia eólica, um tipo de geração baseado na força natural dos ventos. Assim como os geradores solares, as usinas eólicas não emitem poluentes na atmosfera e colaboram para a redução do efeito estufa.
Os princípios de aplicação das fontes eólicas são relativamente simples. São instalados grandes geradores em torres de até 150 metros, os aerogeradores. As pás dos geradores são movidas pela força dos ventos, como se fossem grandes cata-ventos, gerando a chamada energia cinética. A energia cinética é, então, transferida para sistemas de conversão que transformam o movimento em eletricidade.
Uma das fontes de energia elétrica mais usadas no Brasil atualmente, as usinas hidrelétricas são fontes renováveis e limpas.
Esse tipo de produção usa o movimento das águas armazenadas em rios ou grandes reservatórios para mover turbinas e gerar energia cinética. De forma semelhante ao que acontece nas fontes eólicas, a energia cinética é convertida por geradores de eletricidade e pode ser usada para movimentar aparelhos elétricos.
O calor presente naturalmente no interior da Terra também pode ser captado e convertido em energia. Ao produto obtido dessa fonte dá-se o nome de energia geotérmica. Embora represente alguns desafios para acessá-la, ela fornece energia livre de emissões e inesgotável.
Para isso, é preciso alcançar o calor geológico por meio da perfuração do solo, injetar água no local e conduzir o vapor formado por tubulações até turbinas e geradores, onde a energia de seu movimento é convertida em eletricidade.
A biomassa, ou seja, o conjunto de material orgânico com origem animal, vegetal ou bacteriológica, é outra alternativa para a obtenção de energia consciente e renovável. Folhas secas, lenha, bagaço da cana-de-açúcar, gorduras e óleos vegetais, por exemplo, geram calor ao serem queimados.
Esse calor, a chamada energia térmica, pode ser usado para abastecer sistemas de aquecimento ou energia elétrica. Apesar de gerar uma certa quantidade de gases do efeito estufa durante sua produção, a energia proveniente da biomassa é considerada uma fonte neutra em termos de emissão porque esses poluentes podem ser compensados durante o cultivo dos materiais orgânicos.
A produção de energia é uma etapa essencial para alimentar o desenvolvimento mundial. No entanto, a escolha das fontes energéticas que serão utilizadas para mover as inovações tecnológicas não é uma simples questão de preferência, já que pode envolver impactos na segurança, na responsabilidade social e até mesmo na manutenção da biodiversidade em nível global.
Investir no uso de fontes de energia renováveis e ecologicamente conscientes é essencial para reduzir as emissões de gases poluentes e também preservar a natureza e a saúde do planeta, favorecendo a existência de um ambiente habitável para as futuras gerações.
Estimular a transição energética para ampliar o uso dessas alternativas não é favorável somente para o futuro da humanidade, mas também para o presente, uma vez que reduzir a concentração de gases poluentes circulando na atmosfera contribui para um ar mais limpo e saudável nas cidades.
Embora as fontes de energia renováveis apresentem inúmeras vantagens nesse sentido, também trazem desafios específicos. Por exemplo, as usinas hidrelétricas podem ocupar grandes áreas e afetar a biodiversidade local. A energia geotérmica pode ser de difícil acesso, e a eólica pode ter impactos nas aves locais. Dessa forma, não basta escolher uma das fontes renováveis e apostar todas as fichas em sua aplicação: é preciso diversificar.
A diversificação da matriz energética ajuda a evitar crises elétricas quando uma determinada fonte se torna escassa, além de possibilitar o acesso à energia em áreas remotas e reduzir a pressão sobre as fontes energéticas tradicionais.
O papel da energia solar na transição para esse modelo de produção e consumo é essencial. A ampliação dessa fonte de energia limpa, silenciosa, de baixa manutenção e em pleno crescimento se mostra uma alternativa promissora para desafogar as usinas hidrelétricas e estimular uma transição gradual para um futuro energético mais limpo e eficiente.
A EDP é sua parceira na busca por fontes de energia e soluções sustentáveis para o planeta. Saiba mais sobre esses e outros assuntos importantes no blog da EDP e no canal do YouTube da EDP Brasil!
Verena Greco é Gerente Operacional na EDP Brasil. Ela é graduada em Engenharia de Energia pela PUC Minas e em Engenharia de Energia Renovável pela Hochschule Schmalkalden – University of Applied Sciences e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Verena Greco escreve sobre Energia Solar.
Conecte-se com Verena Greco.