O gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ocupa uma posição de protagonismo na matriz energética brasileira, aquecendo residências e sustentando a indústria. No entanto, como combustível fóssil, o GLP aumenta a carga poluente. Com o avanço do cenário energético global, alternativas ecológicas surgem para reduzir o impacto ambiental.
Neste artigo, apresentamos o que é o GLP, suas diferenças em relação ao gás natural, como é utilizado atualmente e quais são as fontes de energia mais sustentáveis para substituí-lo. Entenda como essas opções podem impactar sua economia e o meio ambiente!
O Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido popularmente como GLP, é composto principalmente por propano e butano. Os combustíveis gasosos são extraídos do petróleo ou do gás natural durante o processo de refino.
A característica mais marcante do GLP é que, sob pressão, ele pode ser liquefeito. Em outras palavras, a substância gasosa é transformada em um líquido, o que facilita seu armazenamento e transporte em botijões ou cilindros.
O GLP é bastante versátil, motivo pelo qual é uma das principais fontes de energia para atividades cotidianas, como cozinhar, aquecer água e, em alguns casos, até mesmo para o transporte rodoviário. Ele é especialmente popular em áreas rurais, onde o fornecimento de gás natural é limitado ou inexistente.
Embora o GLP produza pouca fumaça e partículas poluentes, ele ainda é mais poluente do que as fontes renováveis, que promovem a sustentabilidade e a conservação do ecossistema.
GLP e gás natural são frequentemente confundidos, mas têm diferenças tanto em sua composição quanto em seu uso:
O GLP é composto por propano e butano, enquanto o gás natural é produzido majoritariamente por metano. Sendo assim, o primeiro é mais denso em termos de energia e requer menos volume para gerar a mesma quantidade de calor em comparação com o segundo.
O gás natural é distribuído em sua forma gasosa, por meio de uma rede de tubulações diretamente conectadas às residências e empresas. Por outro lado, o GLP é armazenado em substância líquida, tanto em botijões quanto em cilindros, para facilitar sua distribuição onde não há acesso a um sistema canalizado.
Em geral, o gás natural é distribuído em grandes centros urbanos, onde há uma infraestrutura de tubulação instalada. Já o GLP pode ser utilizado em qualquer lugar, pois é transportado em botijões, sendo uma solução adotada em áreas rurais aonde a rede canalizada não chega.
O gás natural tende a ser mais barato que o GLP, sobretudo em locais com acesso à rede de distribuição. Contudo, o Gás Liquefeito de Petróleo tem a vantagem de ser mais concentrado em termos de energia, o que pode compensar o preço mais alto em algumas situações.
Por ser composto principalmente de metano, o gás natural é considerado uma fonte de energia menos poluente do que o GLP. Mas ambos são combustíveis fósseis e, como tal, liberam gases de efeito estufa. A diferença é que o metano, componente do gás natural, é mais nocivo do que o CO₂ liberado pelo GLP.
No Brasil, o Gás Liquefeito de Petróleo tem uma longa história como uma das principais fontes de energia. O botijão de gás é uma visão familiar em milhões de lares, e o GLP também desempenha um papel importante na indústria, sendo utilizado em processos de aquecimento, produção de alimentos, secagem de grãos, entre outros.
A matriz energética brasileira, porém, está em transição. A nação tem investido em fontes de energia renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar. Apesar disso, o GLP ainda ocupa um espaço relevante nas regiões onde as alternativas verdes ainda não estão disponíveis.
Para muitos lares e indústrias locais, o GLP continua como uma escolha econômica e conveniente, devido a sua fácil distribuição e armazenamento. Além disso, o governo subsidia parte do preço desse combustível para famílias de baixa renda, ampliando sua acessibilidade para a população mais vulnerável.
No setor industrial, essa é uma fonte de calor para processos que requerem altas temperaturas. A indústria alimentícia, por exemplo, utiliza o GLP em fornos e processos de cozimento. A agricultura também se beneficia do combustível, utilizando-o em secadores de grãos, estufas e sistemas de aquecimento para criadouros de aves e suínos.
Ao mesmo tempo, o GLP é aproveitado como combustível em empilhadeiras e equipamentos industriais, ainda mais onde a eletricidade não é uma opção viável ou econômica. Outro uso relevante é na produção de plásticos e produtos químicos.
Mesmo sendo mais poluente do que as novas fontes de energia, o GLP ainda é utilizado devido às seguintes vantagens:
tem uma ampla gama de aplicações, desde o uso residencial até processos industriais complexos;
o fato de o GLP ser transportado em botijões e cilindros torna-o acessível a praticamente qualquer localidade, incluindo áreas remotas;
por ser mais concentrado em termos de energia, o GLP oferece uma maior eficiência térmica em comparação ao gás natural;
combustível fóssil, o GLP queima com menores emissões de partículas em comparação a combustíveis poluentes como o carvão.
Economizar no consumo de GLP é mais do que reduzir despesas. Trata-se de adotar práticas mais conscientes no gerenciamento da energia. Pequenas mudanças nos hábitos diários levam a economias significativas. Aqui estão algumas dicas para melhorar o uso do Gás Liquefeito de Petróleo:
manutenção regular dos equipamentos: verifique sempre a condição de seus fogões e aquecedores. Itens com problemas podem consumir mais GLP do que o necessário;
tamanho adequado de panela: ao cozinhar, dê preferência a panelas que cubram completamente a boca do fogão. Isso evita a perda de calor e garante que o GLP seja consumido de maneira eficiente;
fechar o botijão quando não estiver em uso: certifique-se de desligar o gás completamente quando não estiver utilizando o fogão ou o aquecedor.
Com a crescente demanda por compromisso socioambiental nas empresas, soluções mais ecológicas do que o GLP ganham força no cenário energético. Destacam-se:
O biogás é produzido pela decomposição anaeróbica de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, resíduos de alimentos e resíduos de esgoto. O processo gera uma mistura de metano e dióxido de carbono, usada como fonte de energia renovável.
Esse recurso pode substituir o GLP em várias aplicações, como aquecimento e geração de eletricidade. No Brasil, a grande quantidade de resíduos orgânicos disponíveis facilita a produção desse combustível.
Além de ser uma alternativa mais limpa, o biogás contribui para a redução dos resíduos sólidos e das emissões de gases de efeito estufa.
O hidrogênio verde é produzido por meio da eletrólise da água, usando eletricidade gerada por fontes renováveis, como solar ou eólica. Esse modelo não emite CO₂, tornando-o uma opção promissora para substituir o GLP em aplicações na indústria e no transporte.
Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento e enfrente desafios relacionados a custo e infraestrutura, o hidrogênio verde pode entrar para os pilares de sustentabilidade do plano energético. Na vanguarda da energia renovável, o Brasil deve se beneficiar do avanço dessa tecnologia.
eletrificação refere-se à substituição de equipamentos que utilizam GLP por versões elétricas, como fogões, aquecedores e veículos elétricos. A eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica, reduz a dependência do GLP e diminui as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
Essa tendência crescente promove a eficiência energética e reduz o impacto ambiental. Com o crescimento da geração de energia renovável em solo brasileiro, a eletrificação se torna uma alternativa viável para muitos usos domésticos e industriais que atualmente dependem do GLP.
Esse tipo de geração elétrica capta o calor do sol por meio de placas e usinas, substituindo o GLP no aquecimento de água em residências e empresas. A tecnologia é altamente eficaz em países com abundante radiação solar, como o Brasil.
Sistemas de aquecimento solar térmico reduzem o consumo de GLP ao aquecer a água para banhos. Ao evitar o consumo de combustíveis fósseis, a energia solar térmica oferece benefícios ambientais e financeiros, já que o investimento inicial nesses sistemas resulta em economia nas contas de luz a longo prazo.
Neste artigo, você observou que o gás GLP é uma fonte importante de energia no Brasil, mas é preciso buscar alternativas mais sustentáveis.
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Diogo Baraban é engenheiro eletricista formado pela Universidade São Judas Tadeu, com MBA em gestão empresarial pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Desenvolveu, em sua carreira, experiência em processos produtivos e em vendas técnicas, tendo atuado nos últimos 13 anos no setor de comercialização de energia. Atualmente é membro da diretoria da EDP Smart, respondendo pela gestão dos negócios de Comercialização de Energia (atacado e varejista) e Mobilidade Elétrica. Também é membro da diretoria da EDP Ventures e conselheiro de 2 empresas investidas pela companhia: 77Sol e Fractal. Diogo Baraban escreve sobre Sustentabilidade e Energias Renováveis.
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