Nos últimos anos, o setor energético brasileiro passou por grandes transformações, com o exemplo da entrada no Mercado de Curto Prazo. Esse ambiente facilita a compra e a venda de eletricidade, resultando em redução de custos e melhor gerenciamento de recursos.
Neste artigo, explicamos de forma simples o funcionamento do Mercado de Curto Prazo, suas características e vantagens. Em seguida, abordamos o papel da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e as regras da ANEEL, além de indicar como aproveitar essas oportunidades para otimizar suas operações.
Também conhecido como MCP, o Mercado de Curto Prazo é um ambiente administrativo onde são realizadas as liquidações financeiras das diferenças entre a energia contratada e a energia efetivamente consumida.
Em outras palavras, é uma plataforma que ajusta os desvios de consumo ou produção de eletricidade em relação aos contratos firmados no mercado de energia.
No Brasil, o Mercado de Curto Prazo é administrado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sob a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Por sua vez, as regras estabelecidas pela ANEEL são indispensáveis para que o MCP funcione com competência e transparência.
As transações no Mercado de Curto Prazo são realizadas com base na Diferença de Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que reflete o custo marginal da operação do sistema em diferentes momentos.
Quando um empreendimento utiliza mais energia elétrica do que o contrato prevê, precisa comprar essa diferença no MCP. Por outro lado, quando se usa menos eletricidade do que o contratado, é possível vender o excedente no Mercado de Curto Prazo.
Essa negociação ajusta a oferta e a demanda de eletricidade, direcionando-a para onde é mais necessária, enquanto permite o ajuste na compra e na venda conforme as necessidades reais das empresas.
O MCP apresenta uma série de características que o tornam uma ferramenta para organizações que buscam potência operacional e otimização de custos:
A lista não poderia começar de outro modo, pois oferece flexibilidade nas transações de energia. Os contratantes ajustam suas compras e vendas de energia para refletir variações reais no consumo e na geração.
Vale lembrar que a flexibilidade se deve a negociações diárias e ajustes contínuos, o que evita desperdícios e facilita a utilização inteligente da eletricidade.
Isso é particularmente útil para setores com demanda variável, no qual os negócios evitam excedentes ou faltas de energia, ajustando suas posições no mercado conforme necessário.
O Mercado de Curto Prazo permite que empresas equilibrem a diferença entre a energia contratada e a força realmente gerada. Assim, liquidações financeiras corrigem essas variações para não incorrer em penalidades por desvios significativos.
Diante de contratos de energia que refletem a realidade operacional, é possível implementar uma gestão mais precisa dos recursos energéticos e uma melhor previsibilidade de custos orçamentários.
O PLD é utilizado para liquidar as variações entre a energia contratada e a efetivamente consumida. Calculado semanalmente pela CCEE, reflete o custo marginal da operação do sistema elétrico, considerando a oferta e a demanda.
O valor do PLD pode variar ao longo do tempo, a depender das condições do sistema elétrico, como níveis de armazenamento de água em reservatórios e disponibilidade de geração eólica. Empresas que monitoram esse índice podem aproveitar as oscilações para reduzir suas despesas.
A operação do MCP é regida por regras estabelecidas pela ANEEL e gerida pela CCEE, o que cria um ambiente transparente e confiável para todas as transações.
A transparência é assegurada pela divulgação constante de informações sobre preços e transações, juntamente com a fiscalização das atividades do mercado. Esses mecanismos mantêm a integridade das negociações e fortalecem a confiança dos participantes no sistema.
A liquidação financeira no MCP ocorre mensalmente, quando os ajustes de energia são refletidos em ciclos regulares. Dessa maneira, são equilibradas as finanças das empresas, que alinham suas despesas com a energia real consumida ou gerada naquele período.
O ciclo mensal de liquidação também facilita a gestão financeira, pois permite que as companhias planejem e ajustem seus orçamentos com base nos custos reais de energia.
A participação no Mercado de Curto Prazo beneficia amplamente as empresas que atuam no setor energético ou que têm um consumo elevado de eletricidade. Vamos destacar algumas dessas vantagens:
Uma das maiores qualidades do MCP é a possibilidade de reduzir os custos operacionais. Ao monitorar o consumo de energia em tempo real e corrigir a compra e a venda no Mercado de Curto Prazo, as companhias evitam o pagamento de penalidades por desvios e otimizam o uso de recursos energéticos.
Com o Mercado de Curto Prazo, as empresas ajustam suas transações de energia conforme as necessidades variam ao longo do tempo. Essa vantagem é bastante útil em setores nos quais o consumo de eletricidade pode oscilar, como a indústria de manufatura e as grandes instalações comerciais.
Empresas que operam tanto no mercado regulado quanto no livre podem usar o MCP para otimizar seu portfólio energético. Isso significa que elas podem comprar e vender energia de forma estratégica, aproveitando momentos de preços mais baixos e vendendo em períodos de alta demanda.
Ao permitir ajustes frequentes no consumo de energia, o MCP mitiga riscos relacionados a flutuações inesperadas de demanda ou problemas na geração de eletricidade. Como resultado, os negócios evitam surpresas financeiras desagradáveis com maior previsibilidade orçamentária.
A ANEEL e a CCEE são determinantes para a operação e para a regulação do Mercado de Curto Prazo. A primeira, como agência reguladora, estabelece as diretrizes e as normas de segurança e confiabilidade do sistema elétrico brasileiro. Já a segunda é responsável pela operação e pela gestão das transações financeiras no MCP.
Entre as principais diretrizes estabelecidas pela ANEEL e geridas pela CCEE estão:
A liquidação financeira no MCP ocorre em ciclos mensais, quando são calculadas as diferenças entre o consumo/geração contratados e os valores reais. Organizações participantes dessas transações recebem ou pagam a diferença com base no PLD da semana.
A CCEE monitora as transações para que todos os participantes sigam as regras previamente definidas. A entidade também realiza a fiscalização para barrar práticas fraudulentas ou antiéticas nas deliberações.
As transações no âmbito do Mercado de Curto Prazo são públicas e acessíveis, garantindo um ambiente de negociação transparente e confiável. Essa característica mantém a confiança dos participantes e promove a competição saudável.
Além de operar no Mercado de Curto Prazo, muitas empresas têm considerado a transição para o Mercado Livre de Energia como uma aposta mais vantajosa.
O motivo é que, no Mercado Livre, elas têm a possibilidade de negociar diretamente com geradores e comercializadores de energia. Consequentemente, firmam contratos personalizados e aproveitam tarifas mais competitivas.
Explore as oportunidades exclusivas do Mercado Livre de Energia:
ao negociar diretamente com fornecedores, os negócios obtêm tarifas mais baixas do que aquelas praticadas no mercado regulado;
no Mercado Livre, os contratos são ajustados conforme as necessidades operacionais mudam, ampliando o controle sobre os custos da conta de luz;
participantes do Mercado Livre podem prever melhor seus gastos com energia, facilitando o planejamento financeiro a longo prazo.
A transição para o Mercado Livre de Energia pode ser complexa, tanto para varejista quanto para atacadista.
Mas, com o suporte adequado, essa mudança se torna uma decisão estratégica. A EDP, líder mundial em energias renováveis, comercializa soluções práticas para quem deseja adotar fontes alternativas.
Estes são os principais diferenciais da EDP:
os parceiros têm acesso a preços competitivos e condições favoráveis para a aquisição de energia solar;
apoio no cumprimento das normas e das garantias regulatórias, o que torna a transição para o Mercado Livre mais simples e segura;
clientes da EDP conseguem planejar melhor seus investimentos graças à previsibilidade das despesas com geração e consumo de eletricidade.
Em resumo, o Mercado de Curto Prazo otimiza operações e diminui custos ao ajustar flexivelmente consumo e geração de eletricidade. A transição para o Mercado Livre de Energia também conta com tarifas mais competitivas e maior controle sobre as despesas energéticas.
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Fernando Mussnich é Gerente Executivo de Comercialização de Energia e Originação de Negócios da EDP Brasil. Conta com 20 anos de experiência no mercado de energia atuando a frente de áreas comerciais, trading e originação de negócios com produtos energéticos e produtos financeiros. Formado pela Universidade Paulista (Unip), tem MBA em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e MBA Executivo em Administração e Negócios pelo Insper. Fernando Mussnich escreverá sobre Mercado Livre.
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