MERCADO LIVRE
Data de publicação: 15/09/2023

As mudanças climáticas são um assunto que está em evidência há algum tempo e continua sendo alvo de importantes discussões no Brasil e no mundo. Entretanto, nem sempre temos uma visão abrangente dos impactos desse fenômeno para o planeta e para nós, humanos.

Para entender o que são as mudanças climáticas, suas causas e como têm afetado o meio ambiente e a sociedade, continue conosco nessa leitura!

O que são as mudanças climáticas?

De modo geral, as mudanças climáticas são transformações nos padrões de clima e temperatura do planeta que podem perdurar por longo prazo e causar impactos significativos em nosso ecossistema. 

É importante ressaltar que essas mudanças podem ocorrer naturalmente ao longo do tempo, motivadas por fenômenos naturais como erupções vulcânicas de larga escala ou mesmo mudanças nos movimentos solares. 

Entretanto, nos últimos 200 anos, as atividades humanas têm sido o principal motivador das mudanças climáticas — é o que afirma o relatório de mudanças climáticas de 2021 realizado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU (Organização das Nações Unidas). 

Não por acaso, o início desse período coincide com a Revolução Industrial, que passava pela transição entre sua primeira e segunda fase, em meados dos anos 1800 — momento em que o uso do carvão como fonte de energia já estava consolidado e o petróleo, outro combustível fóssil, começava a ganhar espaço.

Fato é que, até hoje, a queima de combustíveis fósseis continua sendo a principal fonte emissora de gases do efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), grandes vilões que impulsionam o descontrole da temperatura e do clima.

Como resultado, os efeitos de mudanças climáticas estão diretamente relacionados ao aumento da temperatura terrestre — o que, por si só, já traz muitas implicações. Além disso, desequilibra o regime de chuvas, gera maior possibilidade de eventos extremos como tempestades e tsunamis e ainda causa o aumento do nível do mar como consequência do derretimento de calotas polares.

O que provoca as mudanças climáticas?

Como mencionamos acima, os combustíveis fósseis ainda são a principal causa das mudanças climáticas, pois sua queima para a geração de energia e o uso em indústrias e transporte libera GEE em larga escala.

Esses gases se acumulam na atmosfera em quantidades que não são reabsorvidas, criando uma densa camada que retém muito mais calor solar do que o necessário para a manutenção da vida no planeta. 

Todo esse processo faz parte do efeito estufa, um fenômeno natural imprescindível para que a Terra não congele, mas que, quando exacerbado por conta das ações humanas, acaba aumentando demais a temperatura dos oceanos e da superfície do planeta — o que passamos a chamar de aquecimento global

O desmatamento é outro grande fator responsável pelas mudanças climáticas, uma vez que as florestas são essenciais para a absorção do CO2 da atmosfera. Além disso, quando o desmatamento é causado por incêndios, a queima de áreas verdes libera grandes quantidades deste gás carbônico. 

Nesse sentido, a agropecuária influencia as mudanças climáticas não apenas por ser uma das grandes causadoras do desmatamento, mas também porque essas áreas, muitas vezes, são destinadas à agricultura e à criação de animais. Segundo a UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), a pecuária é responsável por cerca de 32% das emissões mundiais de metano.

Por fim, é importante notar também que todas essas causas são um reflexo direto ou indireto do crescimento populacional, que influencia a necessidade maior de produção de alimentos e bens de consumo, e dos hábitos de consumo, que, por sua vez, estão relacionados ao desperdício, à geração de lixo e ao descarte incorreto de resíduos — outras fontes importantes de emissão de GEE.

Quais são as principais consequências das mudanças climáticas no Brasil?

Segundo o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022 da UNEP, o Brasil ficou em 4º lugar entre os países que mais emitem gases do efeito estufa por pessoa em 2020, o que já dá uma dimensão do quanto nossas emissões estão influenciando as mudanças climáticas no país e no mundo.

Veja, a seguir, quais são as esferas mais afetadas por essas mudanças.

Fonte: Emissions Gap Report 2022


 

Desastres naturais

As mudanças climáticas estão diretamente relacionadas a uma maior ocorrência de desastres naturais, uma vez que o aumento da temperatura causa um desequilíbrio geral do ecossistema terrestre.

No Brasil, vimos, em 2022, diversas consequências do colapso climático que o país vem enfrentando — foi o ano com o maior número de enchentes e deslizamentos dos últimos tempos, ocorridos principalmente nos estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Essas tragédias têm sido mais frequentes por conta da mudança na intensidade das tempestades, mesmo em épocas em que as chuvas são esperadas. Isso porque, com o aumento da temperatura, há maior evaporação da umidade terrestre, o que torna as chuvas e inundações mais destrutivas.

Por outro lado, as secas vêm se tornando mais graves em outros locais, como o Nordeste, onde a escassez de recursos hídricos poderá alterar até mesmo a vegetação típica da região, modificando todo o ecossistema.

A Amazônia, que já sofre reiterados ataques ambientais com o desmatamento ilegal, também está sujeita a secas que dificultam a regeneração florestal e causam a perda da biodiversidade

Aumento da pobreza e vulnerabilidade social

Partindo dos desastres naturais, não é difícil imaginar o quanto a mudança climática impacta a vida das pessoas das regiões atingidas — a destruição de suas moradias e de meios de subsistência as deixam em posição de vulnerabilidade social

Mas não é apenas a população que habita áreas afetadas por esses desastres que vem enfrentando a pobreza causada direta ou indiretamente pelas mudanças no clima. As alterações na temperatura acabam dificultando tanto o trabalho na agricultura quanto a produção de alimentos nesse contexto.

O calor torna o trabalho ao ar livre menos suportável, podendo causar até mesmo problemas de saúde para os trabalhadores dessas áreas. Além disso, a escassez de água afeta diretamente a produtividade das terras — produtores têm perdido safras inteiras nos períodos de seca.

E a pesca e a criação de gado também acabam sendo menos produtivas como consequência da falta de água. Assim, a disponibilidade de alimentos diminui e cada vez mais pessoas sofrem suas consequências.

Agravamento da saúde pública

O relatório Health at the Mercy of Fossil Fuels, de 2022, trouxe números alarmantes a respeito da influência das mudanças climáticas para a saúde das pessoas.

Segundo dados levantados no estudo, a queima de combustíveis fósseis leva cerca de 1,2 milhão de pessoas à morte por ano no mundo todo — e, no Brasil, as consequências para a saúde pública não ficam atrás.

Começando pela dificuldade na produção de alimentos citada acima, combinada com a distribuição desigual desses recursos, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU — que indica a quantidade de pessoas em situação de fome e insegurança alimentar no país.

Esse quadro se agravou ainda mais a partir de 2020, com a pandemia de covid-19, que trouxe grandes dificuldades econômicas à população, em especial à parcela financeiramente mais vulnerável.


Falando em pandemia, outro efeito das mudanças climáticas para a saúde pública no Brasil está justamente relacionado à propagação de doenças. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aquecimento global impulsiona a propagação de doenças infecciosas bastante comuns no Brasil, como a malária e a dengue. Além disso, o calor extremo agrava problemas respiratórios e cardiovasculares.

Como atenuar as mudanças climáticas?

Medidas para atenuar as mudanças climáticas têm sido amplamente discutidas por autoridades do mundo todo em eventos como as Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizadas anualmente.

Essas reuniões são importantes para acompanhar os estudos sobre as mudanças climáticas e propor estratégias e metas mundiais para reduzir os impactos socioambientais das atividades humanas no planeta. Assim, elas balizam ações que podem e devem ser tomadas por governos, empresas e mesmo indivíduos, a fim de garantir um futuro mais sustentável.

Uma das maneiras mais efetivas de desacelerar as mudanças climáticas é reduzir a pegada de carbono, que é a quantidade de emissão de gases do efeito estufa por uma pessoa, atividade ou empresa. 

Para isso, cidadãos, empresas e poder público precisam se engajar na conscientização e na tomada de atitudes voltadas ao consumo consciente, ao descarte de resíduos de forma correta e, principalmente, à substituição do uso de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, como a solar, por meio do mercado livre de energia.

Especificamente para as instituições, sejam industriais, comerciais ou governamentais, é essencial que adotem a agenda ESG — um conjunto de boas práticas institucionais que levam em consideração aspectos ambientais, sociais e de governança para um desenvolvimento econômico sustentável.

Um futuro mais sustentável está em nossas mãos

O aumento da temperatura e as consequentes mudanças nos padrões do clima são uma realidade inegável e, como tal, precisam ser compreendidos e considerados em todas as ações que tomamos como indivíduos ou instituições. 

As consequências das mudanças climáticas são devastadoras para o meio ambiente e, consequentemente, para a saúde e qualidade de vida das pessoas, além de colocarem em xeque os meios de produção de recursos básicos, como os alimentos.

A EDP é referência no mercado de energia limpa, uma das atividades mais eficazes para atenuar as mudanças climáticas. Como você viu, essas mudanças influenciam diretamente o regime de chuvas e secas no Brasil, o que impacta a disponibilidade de energia elétrica diretamente. Para entender melhor o assunto, leia também o nosso artigo sobre como a seca e as chuvas influenciam os preços da energia!

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Marcelo Garisto

Este conteúdo foi produzido por Marcelo Garisto .

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, Marcelo Garisto tem pós-graduação em Marketing e Banking pela FGV-SP e em Marketing Internacional pela Universidade de EUA/Florida Central e da Universidad de las Américas, do Chile. É Gestor Executivo das áreas de Comercialização Energia Varejista e de Gestão de Serviços Energéticos. Marcelo Garisto discorrerá em seus artigos sobre temas relacionados com o Mercado Livre. 

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