Devido à sua gama de benefícios, tais como preços sem bandeira, previsibilidade de custos e redução de despesas, o Mercado Livre de Energia segue em constante expansão no Brasil. A energia incentivada ganha bastante destaque ao oferecer uma alternativa extremamente eficiente e lucrativa para as empresas
Mas o que exatamente é energia incentivada? Qual a diferença entre energia convencional e energia incentivada? Continue com a leitura para compreender todos os detalhes sobre o assunto!
A energia convencional, também conhecida como energia tradicional, refere-se às fontes de energia que não são renováveis, ou seja, que utilizam recursos finitos ou esgotáveis, exigindo um longo período de reposição na natureza.
Isso inclui fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural. E, em alguns casos, grandes hidrelétricas.
Essas energias correspondem à maior parte da energia gerada em todo o mundo. Para se ter uma ideia, conforme dados publicados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 2020, as fontes não renováveis representavam 85% da matriz energética global.
Ou seja, a energia convencional tem sido a principal responsável pela produção de eletricidade em muitos países ao longo de décadas devido à sua capacidade de fornecer grandes quantidades de energia de forma confiável.
Entretanto, essas energias trazem consequências extremamente nocivas ao planeta, o que torna necessário diversificar a matriz energética mundial. É aí que entra a importância da energia incentivada.
Diferente da energia convencional, a energia incentivada provém de fontes renováveis, ou seja, utiliza recursos que podem ser repostos na natureza em um curto período, como energia solar, eólica, biomassa e hidrelétricas de pequeno porte.
A energia incentivada é uma alternativa importante para a matriz energética mundial, pois contribui para a redução do impacto ambiental associado à geração de energia e auxilia no combate às mudanças climáticas.
Enquanto muitos países ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, o Brasil se destaca pelo uso expressivo de fontes renováveis em sua matriz energética.
Segundo dados do BEN (Balanço Energético Nacional), 47,4% da oferta de energia do país já é gerada por meio de fontes renováveis, posicionando o Brasil como uma referência mundial em energia limpa. A geração de eletricidade no país também se destaca na transição energética.
Mas por que o nome “energia incentivada”? Essas fontes de energia recebem esse nome porque diversos governos ao redor do mundo oferecem incentivos financeiros e fiscais para fomentar seu uso, com o objetivo de diminuir a dependência das fontes de energia convencionais e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Agora que você possui mais familiaridade com o conceito, vamos abordar as principais diferenças entre energia convencional e incentivada:
Para facilitar ainda mais o seu entendimento, separamos em tópicos as principais diferenças entre energia convencional e energia incentivada.
Enquanto a energia convencional origina-se em combustíveis fósseis, fontes não renováveis e esgotáveis, como o gás natural ou derivados do petróleo, a energia incentivada utiliza-se de fontes renováveis, como sol, vento e energia geotérmica.
Essas energias podem ser repostas na natureza em um curto período, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do planeta.
A Lei nº. 9.427/1996, instituída pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), especificou categorias distintas para cada modalidade de contratação energética.
A energia convencional é voltada para o consumo de consumidores livres, que possuem uma demanda contratada a partir de 1.000 quilowatts (kW).
Em contrapartida, a energia incentivada é destinada aos consumidores do mercado livre, conhecidos como consumidores especiais, com um consumo entre 500 e 1.000 kW, embora os consumidores livres também tenham a opção de adquirir essa modalidade energética.
No âmbito do Mercado Livre de Energia, existem certas limitações no que diz respeito à contratação dos serviços.
Os consumidores especiais, com demanda entre 500 e 1.000 MW, são obrigados a contratar somente energia oriunda de fontes renováveis incentivadas pelo governo. Por outro lado, os consumidores livres têm maior flexibilidade de escolha, podendo contratar a energia conforme a necessidade de seus estabelecimentos.
Em razão da utilização de combustíveis fósseis, que liberam poluentes responsáveis pelo efeito estufa e pelo aquecimento global, a energia convencional é altamente prejudicial ao meio ambiente.
Conforme dados do World Wide Fund for Nature (WWF), a emissão de dióxido de carbono (CO2) representa mais de 70% de todos os gases nocivos para a atmosfera.
Diferentemente da energia convencional, que utiliza fontes não renováveis, a energia incentivada aproveita fontes renováveis para gerar eletricidade.
Com isso, ela promove uma redução significativa do impacto ambiental associado à produção de energia e contribui de forma eficaz para o combate às mudanças climáticas.
Agora que você conheceu as principais diferenças entre energia convencional e energia incentivada, vamos abordar os principais motivos para a sua empresa investir em energia incentivada. Veja:
Essas fontes de energia são chamadas de "incentivadas" porque muitos governos ao redor do mundo oferecem incentivos financeiros e políticas públicas para promover seu uso.
Por isso, apesar de ter custos mais elevados, as empresas recebem desconto tanto na Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST) quanto na Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD).
A energia incentivada é uma alternativa importante para a matriz energética mundial, pois contribui para a redução do impacto ambiental da geração de energia e ajuda a combater as mudanças climáticas.
Ao optar pela energia incentivada, os consumidores recebem um certificado de energia incentivada, que assegura que a energia utilizada provém de fonte renovável. Esse certificado pode ser utilizado como diferencial competitivo, pois demonstra a responsabilidade ambiental da empresa, aspecto extremamente valorizado pelos consumidores atualmente.
Um dos aspectos importantes da rentabilidade na utilização da energia incentivada é o modelo de pagamento mensal pelo consumo registrado. Os consumidores pagam apenas pela quantidade de energia que efetivamente consomem.
E tem mais: muitos sistemas de energia incentivada, especialmente aqueles baseados em geração distribuída, como painéis solares, permitem a venda da energia excedente gerada de volta para a rede elétrica.
Essa possibilidade de comercializar o excesso de energia gera um retorno financeiro adicional, tornando o investimento em energia incentivada ainda mais atrativo e vantajoso.
Ao diversificar a matriz energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a energia incentivada proporciona mais eficiência energética para a organização.
A energia incentivada também oferece a vantagem de preços sem bandeira. Isso significa que os consumidores não estão sujeitos às variações de preço associadas às bandeiras tarifárias, acionadas em períodos de escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas ou de alta demanda por energia.
Além disso, conforme Resolução Normativa da ANEEL nº 1.000, os consumidores de energia incentivada podem se beneficiar da compensação de até 30%. Isso significa que, caso haja uma falta de energia gerada pela fonte renovável, até 30% da diferença pode ser compensada com energia da rede elétrica sem custo adicional.
O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que representa o preço de curto prazo da energia elétrica no Brasil, influencia diretamente o valor da energia no mercado livre. A energia incentivada, ao proporcionar preços sem bandeira, oferece uma maior estabilidade e previsibilidade nos custos de energia, minimizando os impactos das variações do PLD.
Portanto, em comparação com a energia convencional, a energia incentivada proporciona maior eficiência energética para as organizações, sendo importante para a expansão do Mercado Livre de Energia. Assim, contribui para a descarbonização mundial.
A EDP é a parceira ideal da sua empresa, ajudando-a a economizar recursos nas operações e a otimizar o consumo energético.
Confira também nosso conteúdo sobre bandeiras tarifárias de energia: quais são, valores e mais. Compreender como essas bandeiras são aplicadas é fundamental para evitar gastos excedentes com energia e manter as contas da sua organização dentro dos limites estabelecidos. Ótima leitura!
Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, Marcelo Garisto tem pós-graduação em Marketing e Banking pela FGV-SP e em Marketing Internacional pela Universidade de EUA/Florida Central e da Universidad de las Américas, do Chile. É Gestor Executivo das áreas de Comercialização Energia Varejista e de Gestão de Serviços Energéticos. Marcelo Garisto discorrerá em seus artigos sobre temas relacionados com o Mercado Livre.
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