Efeito estufa: o que é, causas e consequências

Entenda o que é o efeito estufa e como a emissão de gases contribui para o aquecimento global e pode gerar consequências para o futuro próximo

Data de publicação: 11/09/2023

Provavelmente você já ouviu falar no efeito estufa. Tema importante e muito debatido, ele é assunto desde a sala de aula até encontros que reúnem líderes mundiais. E não é à toa: o efeito estufa é fundamental para a vida na Terra.

Muitas vezes, o efeito estufa é tido como vilão em relação ao aquecimento global e também às mudanças climáticas. Mas é importante saber que esse é um fenômeno natural e fundamental para que o planeta seja habitável. O problema, na verdade, é a intensificação desse fenômeno gerada pela ação humana.

Para que você saiba tudo sobre o assunto, neste texto vamos explicar o que é efeito estufa e por que ele é tão discutido, quais são as consequências da intensificação desse fenômeno e o que fazer para evitar que esse “aliado” acabe se tornando “vilão”. Acompanhe!

O que é o efeito estufa?

Como adiantamos, o efeito estufa é um fenômeno natural e essencial para que seja possível viver na Terra. Na prática, funciona assim: o sol envia calor para a Terra. Parte dele acaba sendo absorvida pelos oceanos e por toda a superfície, enquanto a outra parte volta para o espaço.

Porém, existem gases na atmosfera, principalmente na troposfera (que fica entre 10 e 12 quilômetros de altitude), que impedem que todo esse calor seja devolvido. Dessa forma, eles criam o chamado efeito estufa, responsável por manter a temperatura média do planeta em cerca de 15°C.

Se o efeito estufa não existisse e todo o calor que não é absorvido pela superfície fosse devolvido ao espaço, estima-se que a temperatura na Terra seria de -15°C. Com esse frio todo, não existiria água na forma líquida e nem vida no planeta.

É por isso que o efeito estufa, que funciona de fato como uma estufa usada para aquecer as plantas durante o inverno, não é o vilão por si só. Mas para entender isso melhor, é preciso falar sobre como ocorre o efeito estufa e quais são os gases que provocam esse fenômeno.

Como ocorre o efeito estufa?

Enquanto em uma estufa de plantas o calor é mantido por meio de uma estrutura de plástico ou de outro material que cerca todo o local, quando se trata da Terra quem faz esse papel são os chamados gases do efeito estufa, que, na quantidade adequada, mantêm a temperatura ideal para o planeta.

O problema é que a atividade humana nas últimas décadas tem contribuído para a emissão de gases em excesso, o que vem intensificando o efeito estufa. O resultado é o conhecido aquecimento global, que pode trazer várias consequências, como veremos adiante.

Antes, é preciso saber quais gases são esses e, principalmente, em quais atividades eles estão sendo gerados, o que é fundamental para frear a emissão. Confira:

  • dióxido de carbono: gás em maior quantidade na atmosfera, o CO₂ é gerado principalmente na queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, usados para gerar eletricidade, nos transportes, na indústria, entre outras atividades;
  • gás metano: com o segundo maior impacto no efeito estufa, o metano é liberado em aterros sanitários e lixões devido à decomposição da matéria orgânica e também está ligado à pecuária, já que o sistema digestivo de bovinos e de outros ruminantes elimina esse gás;
  • óxido nitroso: embora em menor quantidade, o óxido nitroso é ainda mais prejudicial no que diz respeito ao aumento das temperaturas e é emitido, principalmente, por bactérias no solo e pelo uso de alguns tipos de fertilizantes;
  • gases fluoretados: abrangem gases como hidrofluorcarbonetos e CFCs (clorofluorcarbonos) e são produzidos para atender diversos segmentos da indústria, como aerossóis, solventes, refrigeradores e eletrônicos.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), em 2020 a presença desses gases na atmosfera bateu recorde, e isso em um período em que as atividades estavam sendo impactadas de forma mais intensa pela pandemia do coronavírus.

O boletim da Organização Meteorológica Mundial demonstra que a concentração de dióxido de carbono chegou a um patamar 149% acima do nível pré-industrial no período. Já as concentrações de metano e de óxido nitroso alcançaram níveis 262% e 123%, respectivamente, acima do verificado no período pré-industrial.

Quais são as consequências do efeito estufa?

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é um dos organismos que avalia os impactos do aumento da emissão de gases na vida na Terra, inclusive levando em conta diferentes ecossistemas e regiões do planeta.

Segundo o órgão, a curto prazo, até 2040, o aumento de 1,5°C na temperatura média global já poderia causar severas consequências, como eventos climáticos extremos mais graves e frequentes, perda de biodiversidade e até mesmo migração e conflitos por melhores condições socioeconômicas. Entenda outras consequências:

  • derretimento de geleiras: o aumento da temperatura ocasiona o derretimento das geleiras, elevando o nível do mar e comprometendo o ecossistema, entre outros impactos;
  • inundação de cidades litorâneas: com o aumento do nível do mar, que já subiu 19 centímetros entre 1901 e 2010, segundo o IPCC, cidades costeiras podem ser inundadas e deixar de existir;
  • impactos à saúde: o calor deve aumentar doenças cardíacas e respiratórias e contribuir para propagar doenças infecciosas com mais facilidade, também por causa da migração;
  • escassez de alimentos: a agricultura deve ser impactada por plantas e pragas invasoras, bem como por dificuldades no desenvolvimento das culturas, prejudicando a produção;
  • fenômenos extremos: a ocorrência de furacões e outros eventos climáticos extremos deve aumentar, causando prejuízos e crises socioeconômicas;
  • migração humana: segundo o Banco Mundial, até 2050, 216 milhões de pessoas devem ser obrigadas a migrar para fugir de inundações, secas e outros eventos extremos.

Essas são apenas algumas das consequências da intensificação do efeito estufa. E embora o cenário possa variar de acordo com os avanços em relação à diminuição da emissão de gases, é certo que, se não houver mudanças, o resultado pode ser ainda pior.

Qual é a relação entre efeito estufa e aquecimento global?

Muitas pessoas têm dúvidas sobre a relação entre efeito estufa e aquecimento global. Como vimos, o efeito estufa é um fenômeno natural. Porém, o aumento da emissão dos gases tem contribuído para concentrar o calor na atmosfera e, por consequência, aumentar a temperatura na Terra.

Esse aumento da temperatura é, em outras palavras, o chamado aquecimento global. Estimativa do IPCC aponta que a temperatura média global já subiu entre 0,8°C e 1,2°C por causa das atividades humanas e da emissão de gases poluentes que intensificam o efeito estufa.

O que é possível fazer para evitar o efeito estufa?

Existem diversas maneiras de contribuir para evitar que o efeito estufa se intensifique e provoque o aquecimento ainda maior do planeta. A principal delas é reduzir os gases do efeito estufa, o que significa, em primeiro lugar, diminuir o uso de combustíveis fósseis.

A chamada transição energética, que prevê a substituição da energia gerada por esses combustíveis por fontes de energia renováveis, é uma solução. A energia solar, a energia eólica, a energia hidráulica e a biomassa, por exemplo, são mais limpas, e o Brasil é um dos países com maior potencial para utilizá-las.

Algumas iniciativas auxiliam a tornar essas opções ainda mais atrativas para grandes empresas, como o mercado livre de energia, que favorece as fontes de energia renováveis e, inclusive, evita que fatores como a seca e as chuvas influenciem o preço da energia.

Além da geração de energia elétrica, outro setor importante é o de transportes, pois os combustíveis fósseis ainda alimentam grande parte da frota. Investir em biocombustíveis, em veículos elétricos ou mesmo priorizar o transporte coletivo são maneiras de reduzir a emissão de CO₂.

Outras medidas ajudam a diminuir também a emissão dos demais gases do efeito estufa, como reduzir o consumo de carne, reutilizar a matéria orgânica para a compostagem ou outras finalidades, reciclar materiais para evitar o desperdício, assim como outros hábitos de consumo consciente.

Vale destacar que, além do poder público, empresas e organizações também têm estado atentas aos compromissos com o meio ambiente. Prova disso é o ESG (Environmental, Social and Governance), que abrange práticas sustentáveis e já tem sido avaliado como um requisito para investimentos.

Contribuir para a redução do efeito estufa é papel de todos

Como vimos, o efeito estufa é um fenômeno essencial para permitir a vida no planeta, mas a emissão exagerada de gases tem contribuído para a intensificação desse efeito, promovendo o aquecimento global e consequências graves para o futuro da humanidade.

É importante entender o que as mudanças climáticas representam e, a partir disso, agir em conjunto entre cidadãos, empresas e governos para reduzir a emissão de gases. Alternativas não faltam para cada um fazer a sua parte e evitar que o efeito estufa siga sendo agravado pela ação humana.

Este artigo foi útil para você? Aproveite que está por aqui e leia também Mercado livre de energia e a agenda ESG!

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